José Luís Nunes Martins
A nossa vida depende de muitas vontades para além da nossa. Num casal, para além da vontade de cada um dos seus membros, existe um compromisso claro de construir, com o contributo de ambos, uma vontade comum. É um projeto ao qual se podem, e devem, submeter as vontades individuais.
A vontade do casal é uma verdadeira conquista, porque não só é difícil de alcançar como ainda é mais complicado conseguir que o seu equilíbrio se mantenha. Mais ainda, que seja, de facto, em cada momento decisivo, mais relevante que qualquer uma das vontades individuais.
A vontade de qualquer pessoa é capaz de se impor, sobrepondo-se e provocando consequências em todas as direções. Uma vontade individual desprendida de compromissos e valores pode causar grandes danos nas vidas que a rodeiam. A vontade mais frágil é aquela que parece ser a soberana.
Se cada um de nós, com humildade, aceitar que não sabe tudo, nem sequer no que diz respeito à sua própria vida e felicidade, e procurar com outro alguém um novo centro e destino para as suas existências em particular e para a sua vida em comum, como um, então, teremos dado o passo mais determinante para a conquista do céu: o do contraegoísmo.
Há uma quarta vontade que é de todas a que maior diferença pode fazer: é a de Deus, a respeito do casal e de cada um dos que o compõem. É tão sábia, bela e importante quanto quase passa despercebida. A vontade mais poderosa é aquela que menos se impõe.
Saibamos nós saber que não sabemos nem podemos tudo.
Saibamos nós aceitar que estamos muitas vezes errados, mesmo quando estamos certos de estar certos.
Que a nossa vontade seja a dos dois. Que a dos dois seja a de Deus. Que a de Deus seja… a que orienta cada passo da minha vida!