As mudanças religiosas da nova Europa

O alargamento da União Europeia, que irá incluir 10 novos Estados membros no próximo dia 1 de Maio, é um momento de transformação da história do nosso continente, mas também a realização de uma esperança da Igreja, em particular de João Paulo II, o qual já tinha dito em várias ocasiões que a Europa não pode respirar sem os seus dois pulmões – o Leste e o Ocidente. Os novos Estados membros trazem consigo uma grande diversidade de tradições culturais e religiosas. Prolongam-se desde o Báltico, no Norte, até às ilhas do Mediterrâneo, no Sul, passando pelos povos eslávicos e a Hungria, no centro. A maior parte deles partilharam a experiência do totalitarismo, embora com graus diversos, e este facto conduziu a uma cultura fortemente secularizada em determinados locais, sem que isso obstasse a que a prática religiosa seja muito mais forte em alguns dos novos Estados membros do que na actual UE. Segundo os dados apresentados pela Comissão das Conferências Episcopais da Comunidade Europeia (COMECE), a tradição religiosa dominante vária de região para região: o Catolicismo destaca-se na maioria dos países, mas as Igrejas Protestantes são muito importantes na República Checa e na Hungria, enquanto os Ortodoxos têm grande influência nos limites do Norte e do Sul da nova UE. Se a paz tivesse sido acordada no Chipre, teríamos mesmo um pequeno grupo, muito significativo, cuja religião é o Islamismo. A unificação da Europa confirma a pluralidade da nova UE. Nenhum grupo ou Estado está em maioria, pelo que os cristãos também se encontram em minoria nalgumas situações, embora sejam sempre uma presença significativa.

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