O Museu de Arte Sacra e Etnologia, dos Missionários da Consolata em Fátima, tem patente ao público de 29 de Junho a 29 de Agosto a exposição temporária “Missanga Minha – As Missangas nos adornos africanos»
Composta por trinta peças que habitualmente se encontram nas Reservas do Museu, esta exposição pretende mostrar a variedade de aplicações de missangas nos mais diversos objectos africanos. Assim, o visitante poderá “admirar a profusão de cores aplicadas em vestes, colares, brincos, pulseiras e até em recipientes de uso doméstico” – lê-se no comunicado de imprensa enviado à Agência ECCLESIA.
Objectos oriundos de vários povos africanos que a todos fascinam, como por exemplo, os Samburu, Maasai, Turkana e Rendilhe, chegaram ao museu fruto da recolha missionária desde o início do século XX.
No espaço expositivo, o visitante poderá ainda participar na elaboração de um colar de missangas de 20 metros.
Durante longos séculos, estes povos africanos criaram inúmeras e complexas decorações, apenas com fios e contas feitas a partir de pedras preciosas, de cerâmica e de simples sementes ou pedaços de vidro.
As decorações com contas, que estes diversos povos utilizam, não reflectem só a sua criatividade mas, também, as suas crenças e tradições.
As contas começaram a ser usadas como símbolo de status social, para distinguir as classes sociais e também para protecção espiritual. Aplicavam-se em colares, cintos, sandálias, bordadas no vestuário e até utilizadas nos adornos funerários.
Posteriormente, o contacto com novas regiões e culturas trouxe novos desenhos e usos aos adornos. Os Europeus, quando entraram em contacto com os diversos grupos étnicos africanos, originaram uma abundância de novos estilos e formas. Assim, a Europa passou a produzir e a comercializar as contas, sendo os venezianos os grandes investidores desta indústria e os maiores exportadores até ao século XX.