As minorias têm medo da lei islâmica no Paquistão, denuncia a Comissão Justiça e Paz

Os cristãos do Paquistão expressaram a sua preocupação perante a possibilidade de que a aprovação da lei islâmica (shari’a) na Província paquistanesa Fronteira do Noroeste (NWFP, siglas em inglês) viole os direitos das minorias. O apelo à comunidade internacional partiu de um comunicado emitido pela Comissão Justiça e Paz (CJP) no dia 24 de Junho.

«A Assembleia aprovou a shari’a, mas o povo do Paquistão em geral, e as minorias da NWFP, em particular, têm as suas reservas e estão preocupadas» reconhece o comunicado, assinado pelo Pe. Albert Youhanna OP, membro executivo da CJP e Aftab Mughal, secretário executivo da mesma. «Vai contra a visão do pai da nação, Muhammad Ali Jinnah, expressa na primeira assembleia constituinte de 11 de Agosto de 1947 – acrescenta o texto – Como diz, a religião é um assunto pessoal e o Estado não tem que interferir com a fé de uma pessoa: todos os cidadãos são iguais».

O comunicado, dando voz às minorias, denuncia a «aliança de religiosos da linha dura que querem impor uma espécie de regime talibã. Estas tentativas vão contra os direitos fundamentais dos paquistaneses e aumentarão a violência das seitas». «A maneira como passou a lei na Câmara foi uma ameaça à democracia e aos direitos humanos no Paquistão.

Isto criará também um sistema paralelo de justiça, que violará os direitos fundamentais das pessoas que residem na NWFP», refere ainda o comunicado, que conclui advogando um Paquistão no qual se dê uma «clara» distinção entre Estado e religião, e no qual se respeitem os direitos humanos de todos os cidadãos, independentemente da sua religião.

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