Nos tempos actuais nem “sempre sabemos fazer a separação entre o religioso, eclesial e civil” – disse D. José Alves, arcebispo de Évora e vogal da Comissão Episcopal da Pastoral Social, na homilia do primeiro dia do I Congresso da Pastoral Social. O prelado afirmou ainda que “nem sempre quem trabalha nas instituições eclesiais se assume como cristão e como membro dessa instituição”. A decorrer em Fátima de 9 a 11 deste mês, o I Congresso da Pastoral Social tem somo tema “Intervir na Sociedade, Hoje! Memória e projecto”. D. José Alves lamentou ainda que muitos trabalhadores das instituições eclesiais pensem “mais nos seus interesses pessoais” menos nos interesses da comunidade. As instituições de carácter social – centros paroquiais, misericórdias e outras – “nem sempre são a tradução do rosto de Cristo”. A acção Social da Igreja “deveria ser a tradução concreta e mais autêntica do Evangelho” – salienta o arcebispo de Évora. Quem trabalha nestas instituições deve identificar-se “com ideal de Cristo e da Igreja”. Este ideal significa “abrir as portas a toda a gente”. E exorta: “as nossas instituições não podem ser selectivas”. Olhando para a situação presente, D. José Alves lamenta que as instituições da Igreja só estejam “abertas para alguns” e “para um número muito limitado”. E completa: “devemos fazer bem o trabalho e pensar naqueles que ficam de fora”