As «esperas» de Campanhã mostradas no Carnaval

Nas ruas desta freguesia portuense lamentou-se as condições precárias e pediu-se um futuro melhor Nesta tarde, as crianças, jovens e idosos de Campanhã (Porto) brincaram ao Carnaval e o corso deste ano tinha como temática «Campanhã… em compasso de espera». Escolhemos este tema porque estamos à espera de muitas coisas: obras na Igreja, Casa dos Girassóis (Lar para idosos), aplicação do PDM, de jardins, ruas, passeios, saneamento e melhores condições habitacionais” – lamentou à Agência ECCLESIA o Pe. Fernando Milheiro, pároco de Campanhã. Nesta brincadeira – promovida pelo Secretariado da Catequese da paróquia de Campanhã e teve o apoio da Associação Nun’Alvares e da Junta de Freguesia – as centenas de corsistas percorreram as ruas e mostraram o seu descontentamento. Dando continuidade a idênticas realizações: “O Enterro do Escudo” (2002), “O EUROreinado” (2003), “EUROcampanhã” (2004), “A (in)segurança de hoje”(2005) e “Campanhã – De lixeira da Cidade a jardim de Girassóis” (2006). “No ano anterior abordámos a questão do lixo e, actualmente, já notamos mais cuidado nesta área” – frisou. As dificuldades estão assinaladas mas “as orientações do país e da Câmara vão noutro sentido”. Trata-se de uma forma “original de promover a participação das pessoas na vida pública” e “noto que o povo está mais sensibilizado para estas questões”. E acrescenta: “os anseios destas pessoas são legítimos” No meio da folia, muitas crianças “estavam vestidas em forma de primavera (flores), um apelo para o renascer” – disse o Pe. Fernando Milheiro. Alguns cartazes mostravam também a realidade de Campanhã: “fotografias com casas degradadas”. Para esta actividade simples e divertida até o tempo ajudou. “Centenas de pessoas vieram à rua ver o corso”. Esta forma “educativa de afirmação” dos mais novos e dos mais velhos, permite olhar para as “principais carências da terra e lembrar que a habitação em bairros e ilhas, as ruas e os espaços públicos, poderiam estar bem melhor se se contasse com o apoio da população”. Com elevada taxa de desemprego e muitas casas abandonadas, as “pessoas sentem-se inseguras” porque “há muita toxicodependência”. Um Carnaval “diferente dos outros que se fazem no país”. E finaliza: “este tema brota da alma das pessoas”.

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