Cultura, acção social e a vida da Igreja em análise
Cultura, acção social e a vida da Igreja em Portugal são pontos centrais da viagem de Bento XVI a Portugal, que se inicia na próxima semana.
A Agência ECCLESIA perspectiva três momentos fundamentais dessa visita: o encontro do Papa com o mundo da cultura, no Centro Cultural de Belém (CCB), às 10h00 de 12 de Maio; também a 12 de Maio, pelas 18h00, já em Fátima, a celebração das Vésperas com sacerdotes, diáconos, religiosos, religiosas, seminaristas e agentes de pastoral, na Igreja da Santíssima Trindade; no dia seguinte, 13 de Maio, às 17h00, o encontro com as organizações de pastoral social, no mesmo local.
Para D. Manuel Clemente, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, a reunião no CCB é uma oportunidade de reunir homens e mulheres da cultura com uma grande referência, “porque o Papa é uma grande referência cultural”.
O Bispo do Porto considera que a cultura se faz “no dia-a-dia, em variadíssimas actividades e na criatividade dos homens e mulheres da cultura, da literatura, das artes plásticas, da música”.
No entanto, este responsável acrescenta que “também é bom que haja uma oportunidade de encontro, que as pessoas se vejam umas às outras”. “Vem quem quer, ninguém é obrigado a ir, mas rapidamente se encheu a sala”, assegura.
O director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, Pe. José Tolentino Mendonça, acredita que Bento XVI vai ser capaz de “uma palavra inconformista” e “audaciosa”. “Penso que a mensagem do Santo Padre chegará de certeza aos corações, e só a sua presença é uma consolação e um estímulo para todos aqueles que se reconhecem nos valores universais, da paz, da comunidade humana e da justiça”, disse à ECCLESIA.
Sobre a atenção que o actual Papa tem dedicado à Pastoral Social, José Dias da Silva, vogal da Comissão Nacional Justiça e Paz, assinala que Bento XVI “faz propostas e sugestões que, levadas a sério, rasgarão os horizontes do serviço da caridade”.
“É evidente que há uma primeira forma de actuar: a rápida ajuda a quem está em extrema dificuldade”, escreve, acrescentando que “há, hoje, novas formas de pobreza, de carências, de exclusões que exigem competências adequadas”.
“Não basta, pois, o voluntarismo. É preciso saber o que deve ser feito em cada situação concreta”, indica.
No encontro do Papa com as organizações da Pastoral Social estará um significativo grupo de 308 dirigentes de outras tantas IPSS filiadas na Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), ligadas ou não à Igreja Católica. “Curiosamente, os primeiros dirigentes a manifestarem vontade de marcar presença no encontro com o Santo Padre foram precisamente dirigentes de outras Igrejas e dirigentes sem opção religiosa”, adianta o Pe. Lino Maia, presidente da CNIS.
O Pe. Manuel Barbosa, presidente da Confederação dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP), fala do encontro do Papa com os sacerdotes, religiosos e religiosas, consagrados e consagradas como um momento de “importância acrescida, por ser a primeira vez que o Papa Bento XVI visita Portugal e por se realizar em plena celebração do Ano Sacerdotal”.
“Mais importante do que aquilo que nos possa dizer de modo repetido ou inovador, é essencial que provoque em todos nós renovados dinamismos de santidade, comunhão e missão”, assinala.