Arte Sacra: Novo museu em Grândola

Projeto alargado visa preservar o património religioso e transformá-lo em mais-valia para a região

Beja, 22 ago 2011 (Ecclesia) – A diocese de Beja vai abrir ao público o Museu de Arte Sacra de Grândola, esta terça-feira, considerando o evento como “mais um passo importante” no sentido de “garantir a sobrevivência” do património cultural e religioso da região.

Segundo o diretor do Departamento do Património Histórico e Arquitetónico da Diocese (DPHA), a nova infraestrutura vem reforçar a “rede museológica” que está a ser implementada, através de “linhas estratégicas” bem definidas.

“O objetivo é que cada concelho possa ter o seu próprio museu de arte sacra, para que o património religioso esteja acessível às populações locais e a quem nos visita”, explica José António Falcão, em entrevista concedida hoje à Agência ECCLESIA.

Grândola é a oitava localidade abrangida por este esforço, que visa não só a preservação de uma riqueza artística por vezes pouco divulgada, mas também o “estabelecimento de pontes entre a herança cultural da Igreja Católica e a sociedade que ela deve servir”.

“Além de sobreviver, este património tem de ser uma mais-valia para a região, já que ao estar inserido em percursos e rotas culturais, ao fomentar a criação de emprego, poderá ser uma excelente alavanca para o turismo sustentável, e isso é muito importante para o Alentejo, neste momento”, realça o responsável pelo DPHA.

O Museu de Arte Sacra de Grândola vai ficar instalado na igreja de São Sebastião e terá como principal destaque uma exposição permanente de pintura, escultura e artes decorativas, constituída por cerca de uma centena de obras de arte.

No meio de uma autêntica “viagem no tempo”, entre a Idade Média e o início do século XXI, os visitantes poderão encontrar peças como a custódia de prata dourada que os duques do Cadaval ofereceram a Grândola, em finais do século XVII, eles que na altura eram senhores e comendadores da região.

Em evidência vai estar também uma pintura sobre o Pentecostes, datada do século XV, da autoria de Fernão Gomes, mestre do maneirismo português, e um retábulo que representa “São Jorge a combater o Dragão”, feito pelo artista plástico José Escada em 1961.

“São testemunhos de primeira importância para se compreender a presença da Igreja Católica e a própria evolução da comunidade cristã, no concelho de Grândola”, sublinha José António Falcão.

A partir da observação desta mostra, que irá ser sujeita a “atualizações e a uma certa rotatividade”, aquele responsável espera que as pessoas compreendam melhor “a evolução da religiosidade quotidiana” naquela parte do Alentejo, “a organização das suas paróquias” e “todo o esplendor que rodeou a liturgia” ao longo dos tempos.

JCP

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Agência ECCLESIA

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