Presidente da Comissão Episcopal da Cultural, Bens Culturais e Comunicações Sociais participou na Jornada da Pastoral da Cultura e defendeu igrejas «de portas abertas»
Fátima, 14 set 2024 (Ecclesia) – D. Nuno Brás afirmou hoje que a experiência na Sé do Funchal corresponde a um templo procurado por todas as pessoas e disse que uma nova igreja tem de ser “expressão da fé”, não apenas da “arte de um arquiteto”
“Creio que é importante, em primeiro lugar, que a arquitetura expresse a fé e a fé das comunidades cristãs. E, nesse aspeto, a construção de uma nova igreja, não é apenas a expressão do gosto, da arte, da sabedoria de um arquiteto ou da sua equipa, é também, não pode deixar de ser também, a expressão da fé da Igreja”, afirmou o presidente da Comissão Episcopal da Cultural, Bens Culturais e Comunicações Sociais.
Em declarações à Agência ECCLESIA durante a Jornada da Pastoral da Cultura, que hoje decorreu em Fátima, D. Nuno Brás referiu que é “muito importante que uma igreja apareça como igreja e como uma provocação a quem passa por ela e é capaz de a distinguir, à distância”, como sinal de que, na localidade, “existem cristãos”.
“O diálogo entre a fé e a cultura passa também por esta provocação e, portanto, pela identificação exterior de uma igreja”, afirmou.
Para D. Nuno Brás, a “ideia de Deus traduz-se sempre no templo”.
“Se nós quisermos fazer um templo de um Deus que não existe ou um templo que dê para todas as religiões, por exemplo, já aí estamos a falar da nossa ideia de Deus”, referiu.
O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais lembrou que os cristãos proclamam que “Deus se manifestou em nosso Senhor Jesus Cristo” e afirmou que “há de ser isso que há de aparecer” nas igrejas.
D. Nuno Brás repetiu a importância de todas as igrejas terem as “portas abertas” para acolherem “todos aqueles que queiram passar por lá” e recordou a experiência da catedral da sua diocese, do Funchal, onde a catedral está “no centro da cidade”.
“A experiência que eu tenho é que toda a gente passa por lá e toda a gente lá entra. E depois, quando aparecem aqueles momentos em que a humidade é demasiada e o calor aumenta, a igreja serve também de refúgio para descansar e gozar uns momentos de frescura e isso é muito bom, precisamente porque é um convite”, disse o também bispo do Funchal.
D. Nuno Brás valorizou a possibilidade de acolher todos e disse que é necessário “encontrar o equilíbrio” entre a proteção do património que faz parte dos templos, nomeadamente as imagens de arte sacra, e a acessibilidade às igrejas, de forma permanente.
“É um caminho a percorrer! Não está resolvido, antes pelo contrário”, afirmou.
A 18ª Jornada Nacional da Pastoral da Cultura decorreu hoje em Fátima, por iniciativa do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, e debateu o tema “Edificar hoje a casa de Deus na cidade terrena”.
PR