Arquivo Histórico da Guarda reúne milhares de documentos

Cerca de cinco mil processos de Ordenação Sacerdotal catalogados O trabalho de separação, limpeza e inventariação dos documentos que fazem parte do Arquivo Histórico da Diocese da Guarda está a ser feito desde Julho do ano passado, por uma equipa constituída por um técnico superior e dois auxiliares. De acordo com o relatório da técnica de arquivo Maria do Rosário, que lidera o grupo de trabalho, a diversidade de documentação existente levou à identificação de 5 séries documentais: Ordenações Sacerdotais, Testamentos, Casamentos, Colação de Igrejas e Judicial. O trabalho foi iniciado pela série Ordenações Sacerdotais que “neste momento se encontra praticamente concluída”, com 4.949 processos, dos quais 1.372 são processos completos e estão distribuídos por 2.345 caixas. “Nesta altura podemos afirmar que temos 95%, mais ou menos, desta série documental concluída”, refere a responsável. Adiantou que esta série inclui os processos de ordenação sacerdotal “cujos ordinandos não eram naturais da Diocese da Guarda tal qual esta nos aparece hoje delimitada, muito embora já tivessem feito parte desta mesma Diocese, ou mesmo a sua árvore genealógica tenha raízes aqui”. A série Testamentos “também se encontra praticamente concluída quanto à inventariação” sendo composta, neste momento, por 2.913 processos, distribuídos por 267 caixas. Entretanto, já foi iniciada a inventariação da série Casamentos que já conta com 13.230 processos, distribuídos por 859 caixas, refere o relatório, que também dá conta que ainda não foi feito o trabalho de inventariação dos processos das séries Colação de Igrejas e Judicial, tendo apenas sido alvo de limpeza. Maria do Rosário escreve no seu relatório que “depois de ano e meio de trabalho podemos já afirmar que possuímos um Arquivo com um número razoável de documentação descrita, inventariada, informatizada e organizada, de forma a possibilitar o seu manuseamento ou possível consulta, como sejam a série Ordenações Sacerdotais e a série Testamentos”. O trabalho que está a ser executado envolve várias fases. Na fase inicial, os documentos são recolhidos do local onde se encontram, seguindo-se uma passagem pela sala de desinfestação, onde são espalhados pelo chão e vaporizados com veneno utilizado para matar as moscas. Uma semana depois, segue-se a fase de limpeza dos manuscritos, assegurada pelos dois técnicos auxiliares. Depois disso vem a separação dos processos e a inventariação. A última etapa está relacionada com a colocação das respectivas caixas no depósito. Segundo a Cúria Diocesana, o arquivo histórico que está em fase de organização, compreende “um extenso conjunto de manuscritos pertencentes à antiga Câmara Eclesiástica, abrangendo também o extinto bispado de Pinhel. Consiste em processos de ordenação sacerdotal, dispensas matrimoniais, testamentos e colação de igrejas, assim como muitos outros documentos, do séc. XVI até à actualidade”. A mesma fonte recordou que os documentos “muitos deles em frágil estado de conservação”, começaram por ser “pacientemente tratados e organizados por uma pequena equipa adoc” mas o processo ganhou novo impulso com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. “É intenção da Diocese que o Arquivo seja de acesso público, de acordo com as recomendações da Conferência Episcopal Portuguesa acerca da protecção e divulgação do património cultural da Igreja”, refere.

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Agência ECCLESIA

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