D. Jorge Ortiga desafia católicos a vencerem «maratona do amor»
Fátima, Santarém, 13 ago 2012 (Ecclesia) – O arcebispo primaz de Braga pediu hoje em Fátima aos católicos para se comprometerem num esforço a longo prazo no combate à violência, ateísmo e predomínio dos mercados na organização da sociedade.
Na homilia da missa da peregrinação internacional de 12 e 13 de agosto ao Santuário de Fátima, enviada à Agência ECCLESIA, D. Jorge Ortiga apelou aos fiéis para se empenharem na “maratona do amor”, imagem sugerida pelos Jogos Olímpicos de 2012, que terminaram este domingo em Londres.
“A maratona deste amor levará à derrota qualquer tipo de idolatria, superstição, secularismo, ateísmo ou indiferença religiosa”, assim como ao insucesso de “qualquer tipo de capitalismo desgovernado, justiça negociada, saúde economizada, educação parcial” e “democracia camuflada”, vincou.
Além de contrariar a “infiltração” de tendências que “disfarçadamente” pretendem “destruir” a “verdadeira identidade” de Portugal, o compromisso dos católicos vencerá “qualquer tipo de aborto, violência doméstica, rede de tráfico humano, segregação familiar ou cultura da morte”, acrescentou.
Na celebração integrada na 40.ª Semana Nacional das Migrações, organizada pela Igreja Católica de 12 a 19 de agosto, D. Jorge Ortiga frisou que “a Europa não pode sofrer de Alzheimer e esquecer a sua origem cristã”.
Os fiéis têm a obrigação de rezar e manifestar “solidariedade” pelas estrangeiros que procuram fixar-se em Portugal, salientou o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana, responsável pela ação da Igreja no domínio das migrações.
Os emigrantes portugueses, por seu lado, são chamados a “transportar na bagagem a fé que receberam, contaminando os outros pelo amor”, enquanto que as comunidades lusas no estrangeiro devem acolher esta diáspora, tornando-se “um autêntico ponto de referência social, espiritual e humano”.
Dirigindo-se aos milhares de emigrantes portugueses reunidos no Santuário de Fátima, o arcebispo de Braga pediu-lhes para resistirem às dificuldades e testemunharem publicamente a mensagem cristã.
A Igreja reconhece as “saudades familiares, injustiças profissionais, discriminações sociais e sacrifícios anti-humanos” a que os migrantes são submetidos “por causa de uma crise económica mundial” de que não foram responsáveis mas que são “chamados a ultrapassar”, disse.
“Ousai mostrar, não só a possibilidade dum mundo diferente, mas também a certeza de que isso só será possível quando Deus for algo de importante na vossa vida”, apelou o prelado, que recordou a mensagem deixada pela Virgem às crianças a quem apareceu no ano de 1917 na Cova da Iria e imediações.
Lúcia e os beatos Francisco e Jacinta “não temeram em dar uma resposta afirmativa” à pergunta ‘Também vós quereis oferecer-vos a Deus?’, que lhes foi feita por Maria, vincou D. Jorge Ortiga, que pediu aos peregrinos para imitarem a “coragem” dos pastorinhos.
O tema da Semana que a Igreja Católica em Portugal dedica aos migrantes, “Celebrar a memória para projetar a Nova Evangelização do futuro”, inspira-se nos 50 anos da Obra Católica Portuguesa de Migrações, que se assinalam em 2012.
RJM