Arcebispo de Moscovo procura abrir novo ciclo

O novo Arcebispo católico de Moscovo, D. Paolo Pezzi, tomou posse da diocese no passado sábado, deixando clara a vontade de dialogar com a Igreja Ortodoxa na Rússia. Perante 1500 fiéis, 200 sacerdotes e representantes do clero ortodoxo, o Arcebispo italiano assumiu a liderança da diocese moscovita, substituindo D. Tadeusz Kondrusiewicz, transferido para Minsk, na Bielorrússia. O novo Arcebispo de Moscovo nasceu em Russi (Itália), a 18 de Agosto de 1960 e realizou os seus estudos de Filosofia e Teologia entre 1985 e 1990 na Universidade Pontifícia de S. Tomás. Foi ordenado sacerdote a 22 de Dezembro de 1990, na Fraternidade Sacerdotal dos Missionários de São Carlos Borromeu (FSCB). Posteriormente obteve o doutoramento em Teologia Pastoral pela Universidade Lateranense com o tema “Os católicos na Sibéria, as origens, as perseguições, hoje”. O Arcebispo de Moscovo foi decano da região central da Sibéria, na actual diocese da Transfiguração em Novosibirsk (1993-1998); Vigário Geral da FSCB (1998-2005); desde 1998 até hoje foi ainda o responsável pelo Movimento Comunhão e Liberação na Rússia. A Arquidiocese da Mãe de Deus (Moscovo) tem uma superfície dois milhões e 629 mil quilómetros quadrados e uma população de quase 59 milhões de habitantes, dos quais apenas 200 mil são católicos. O novo arcebispo conta com 128 sacerdotes e 267 religiosos. Durante a celebração do passado Sábado foi lida uma mensagem do Patriarca Alexis II, de Moscovo, que desejou “boas relações entre ortodoxos e católicos e uma pronta resolução dos problemas entre nós”. No passado mês de Agosto, a Santa Sé revelou que Bento XVI escrevera uma carta ao Patriarca Ortodoxo de Moscovo, acompanhada por um presente pessoal. Ao contrário do que acontecia com João Paulo II, o Patriarca Ortodoxo de Moscovo não coloca completamente de parte uma possível visita de Bento XVI à Rússia, desde que os problemas existentes sejam resolvidos. Entre eles, o que tem maior destaque é o alegado proselitismo da Igreja Católica em territórios da antiga URSS, para além do uniatismo (termo com o qual os ortodoxos se referem aos cristãos de países de tradição ortodoxa em união com o Papa). Apesar dos avanços verificados desde a eleição papal de Bento XVI, o acordo sobre estas matérias não se afigura fácil, dado que o Vaticano nega qualquer intenção proselitista e defende o direito de cada pessoa a tomar a sua própria decisão confessional.

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