No dia em que a Igreja celebra a UCP, o Arcebispo Primaz reconheceu serem precisos valores «na política e nos membros da Igreja» D. Jorge Ortiga pediu comportamentos de ética e verdade. O Arcebispo de Braga, falando na Missa do Dia da Universidade Católica Portuguesa, assinalado na Sé de Braga, reconheceu que estes valores são necessários nos “discursos políticos e nos comportamentos dos membros da Igreja”. O Arcebispo Primaz afirmou que quotidianamente “nos confrontamos mesmo em plenos Tribunais, com o falso testemunho, o perjúrio, a ofensa à reputação das pessoas, os juízos temerários, a maledicência, a calúnia, a lisonja, a adulação, a ironia, a jactância e particularmente a mentira”. E questiona se não se exige “honestidade em tudo quanto dizemos e fazemos. Não precisaremos de nos examinar sobre as verdadeiras ofensas à verdade que encontramos num clima do «vale tudo»?”. Os cristãos mais do que dizer o que é a verdade “devem ser a verdade para os outros gerando confiança, segurança, fidelidade, suporte, amparo”. D. Jorge aponta a necessidade de se criar uma cultura de “confiança no outro num tempo em que poucos são aqueles que oferecem essa confiança a nível interior ou exterior”. No primeiro Domingo de Fevereiro a Igreja, em Portugal, celebra o Dia da UCP. Este ano, esta Universidade vive o lema «Formar para a ética e a verdade». D. Jorge Ortiga sublinha que “na noite escura da cultura moderna” impõe-se que “ousemos, sem critérios de superioridade, aspirar a um ensino com estas duas qualidades: «nova» porque diferente e «com autoridade» porque com competência e excelência”. O ensino, aponta o Arcebispo de Braga, foi sempre importante. “Na actualidade adquire um estatuto de função imprescindível”, sublinha. Por isso a UCP deve “confrontar-se com a sua identidade e questionar-se sobre o modo como exerce a sua missão em benefício da Igreja e da sociedade”. D. Jorge afirma ainda que os católicos “não podem marginalizar a Universidade Católica. Devem colocá-la nas suas intenções, preocupações e generosidade. Só um trabalho conjunto permite um verdadeiro serviço eclesial e cria credibilidade para que mais jovens se inscrevam nos seus cursos”. O Arcebispo acrescenta ainda que “formar para a ética é aceitar que a vida, como atitude de confiança radical no outro, tem as suas implicações éticas. Se a verdade falta na sociedade, a ética é o suporte da esperança e o alicerce duma revolução que importa fazer”. D. Jorge termina interpelando ainda para o facto de mundo moderno necessitar de uma prática de verdade e ética entre “cristãos, empresários, professores, médicos, políticos, autarcas e trabalhadores”.