Arcebispo de Braga encerra ciclo de conferências quaresmais

O banco de equipamento médico-hospitalar da Cáritas de Braga, o projecto de construção do centro de formação de agentes de pastoral da Diocese indiana de Meliapor e a recuperação de algumas habitações degradadas na Arquidiocese, estiveram anteontem no centro da última conferência quaresmal proferida pelo Arcebispo Primaz. Cerca de duas centenas de pessoas ouviram, na igreja paroquial de Santa Maria de Ferreiros, Amares, D. Jorge Ortiga lembrar que «viver na partilha não é apenas dar esmola e participar em peditórios», mas «lutar permanentemente pela igualdade e pela fraternidade ». “A espontaneidade da partilha, alternativa à obrigatoriedade dos peditórios” foi o tema da conferência, tendo o prelado iniciado a sua refl exão dizendo que o jejum e a abstinência deviam ser entendidos «em sentido mais amplo». «Se começássemos a olhar para nós próprios, chegaríamos à conclusão que existem pessoas com muito mais difi culdades. Estamos, talvez, habituados a comprar coisas supérfl uas e desnecessárias. Penso que poderíamos criar o hábito de viver apenas com o essencial… Viver não é apenas dar esmola e participar em peditórios. Isso é pouco e vazio, dado que essa atitude pode custar muito para uns, mas pouco para outros», disse o Arcebispo de Braga, acrescentando que «o mais importante é renunciar a algo que nos faz falta, empenhando-nos por um mundo mais humano e fraterno: isso é que é cristianismo». «Avaliemos, pois, o que costumamos gastar com a alimentação, vestuário e casa. Esse dinheiro poderia ser utilizado para suprir as necessidades de outras pessoas », disse D. Jorge Ortiga, sublinhando que «o cristão é aquele que luta permanentemente pela igualdade e pela fraternidade. Pode esperar algum apoio do Estado, mas reconhece que o seu envolvimento nas causas sociais é indispensável». «Antigamente dizia-se convictamente que se tinha ido “comprar as bulas”. Mas hoje fala-se de “renúncia quaresmal” e “contributo penitencial”», referiu o prelado bracarense, lembrando, de seguida, os benefi ciários do dinheiro arrecadado ao longo deste tempo litúrgico. «Parte do dinheiro vai ser depositada no fundo de solidariedade da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), dado que a CEP é alvo de várias solicitações das dioceses mais pobres dos países africanos de língua ofi cial portuguesa e do Brasil», disse D. Jorge Ortiga. O responsável também referiu que a Diocese indiana de Meliapor iria receber apoio, dado que pretende construir um centro de formação de agentes de pastoral. A solicitação foi dirigida pelo bispo local a D. Jorge Ortiga, quando, em 2006, o prelado bracarense participou nas comemorações do 400.º aniversário da erecção canónica desta Igreja particular. O Arcebispo desafiou ainda as paróquias e movimentos pastorais a “inventariarem” as habitações degradadas da região de Braga. «Nas nossas comunidades, há pessoas que vivem em autênticas barracas, sem casa de banho ou espaço para instalar um quarto. Não é um problema apenas da cidades de Lisboa ou Porto», asseverou o prelado, sugerindo que os fi éis ajudem na requalificação destas habitações. Além disso, uma percentagem da verba destina-se ao banco de equipamento médico-hospitarlar da Cáritas Arquidiocesana.

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