O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, criticou hoje os serviços da Segurança Social, considerando que “o excesso de burocracia chega a tirar a vontade de trabalhar aos centros paroquiais”. O Arcebispo de Braga afirmou que tal atitude se deve, provavelmente aos funcionários, já que não acredita que sejam “orientações dos dirigentes”. O Arcebispo Primaz de Braga recebeu em reunião, uma delegação do Bloco de Esquerda, liderada por Pedro Soares. O dirigente partidário apresentou ao Arcebispo um «Programa de Intervenção para o Ave e o Cávado», consubstanciado num projecto-lei que vai ser debatido, Sexta-feira, na Assembleia da República. No final da reunião, questionado pelos jornalistas sobre a situação que lhe é transmitida pelas paróquias no que toca a problemas sociais, D. Jorge Ortiga disse que a Igreja tem uma rede de centros paroquiais, com actividade social, com grande proximidade com os cidadãos, o que lhe permite conhecer bem a realidade. “O que me dizem é que pode haver um aumento da exclusão social”, afirmou o Arcebispo, também Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, sustentando que os voluntários da Igreja fazem um trabalho silencioso e nem sempre conhecido de ajuda às famílias, quer distribuindo bens quer no apoio domiciliário. Na sua opinião, a constatação de que há problemas sociais, não implica uma “dramatização”. “Temos de nos unir todos para enfrentar o problema”, propôs D. Jorge Ortiga, para quem, neste tipo de situações de emergências, as querelas ideológicas devem ser “postas de lado”. O Arcebispo lembrou que numa recente visita a uma paróquia lhe foi dito que a imigração para Espanha estancou, com o consequente problema de desemprego para os mais jovens. “À Segunda-feira saíam dois autocarros com trabalhadores para Espanha e agora não sai nenhum”, disseram-lhe. O dirigente do Bloco de Esquerda Pedro Soares disse esperar que o Estado não se esqueça da situação dramática que se vive no distrito de Braga e “não lhe volte as costas”. Pedro Soares frisou que o projecto-lei do BE pretende melhorar as prestações sociais destinadas aos desempregados, combater o encerramento fraudulento e a deslocalização de empresas e fornecer incentivos à iniciativa local de criação de emprego. Redacção/Lusa