Arcebispo «antimafia» na Via Sacra do Coliseu

D. Giancarlo Maria Bregantini ficou conhecido pelas posições contra o crime, na Calábria

Lisboa, 25 mar 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco escolheu o arcebispo italiano D. Giancarlo Maria Bregantini para redigir as meditações da Via Sacra no Coliseu de Roma, a que vai presidir na próxima Sexta-feira Santa.

O religioso da Congregação dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo é arcebispo de Campobasso-Boiano, no centro da Itália, e é conhecido pelas suas posições contra a Mafia, que o levaram a publicar um livro dedicado ao tema, em 2011.

A decisão foi anunciada hoje pelo Vaticano e surge depois de o Papa Francisco ter presidido, na sexta-feira, a uma vigília de oração, em Roma, pelas vítimas das organizações criminosas na Itália.

D. Giancarlo Maria Bregantini, de 65 anos, foi bispo de Locri, na Calábria, onde criticou a ‘’N’Drangheta’, a Mafia local, tendo mesmo determinado que os padrinhos de Batismo fossem escolhidos pelos párocos, para evitar perpetuar a influência dos criminosos.

O tema das meditações será ‘Rosto de Cristo, rosto do homem’ e o arcebispo disse à Rádio Vaticano que os textos vão olhar para “a crise de hoje, a realidade do desemprego, a precariedade juvenil, o mundo da prisão, da droga, o drama dos doentes, em especial os terminais”.

“É muito importante sentir que todas as situações são sempre marcadas pela grande força que nasce precisamente da Palavra de Deus”, sublinhou.

A celebração do dia 18 de abril tem início marcado para as 21h15 (menos uma em Lisboa), com transmissão televisiva em vários países.

Todos os anos, o Papa pede a um autor diferente a redação dos textos de reflexão apresentados nas estações da celebração de Sexta-feira Santa, seguida por dezenas de milhares de peregrinos, com velas na mão.

A evocação da prisão, julgamento e condenação à morte de Jesus vai seguir o esquema “clássico tradicional” das 14 ‘estações’, adiantou a sala de imprensa da Santa Sé.

Nos últimos anos, as meditações tinham sido confiadas ao cardeal Angelo Comastri (2006), arcipreste da Basílica de São Pedro; cardeal Gianfranco Ravasi (2007), presidente do Conselho Pontifício para a Cultura; cardeal Joseph Zen Ze-Kiun, arcebispo de Hong Kong, (2008); Thomas Menamparampil, arcebispo de Guwahati, Índia (2009); cardeal Camillo Ruini, antigo vigário do Papa para a diocese de Roma (2010); irmã Maria Rita Piccione, presidente da Federação das Monjas Agostinianas (2011); Danilo e Anna Maria Zanzucchi, fundadores do movimento «Famílias Novas» (2012); cardeal Béchara Boutros Raï, patriarca de Antioquia dos maronitas (Líbano), com a colaboração de vários jovens do seu país.

RV/OC

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