Escrutínio do próximo mês de Setembro será um teste à maturidade democrática de Angola O Arcebispo angolano de Lubango, D. Zacarias Kamwenho, deixou hoje votos em Fátima de que as próximas eleições em Angola funcionem como “um teste da nossa maturidade”. “Sabemos que a democracia em África está a dar passos ainda de criança e Angola, com o sofrimento que teve de uma guerra prolongada”, tem uma oportunidade de mostrar ao mundo que fizemos “uma caminhada forçada com o sofrimento da guerra”. O prelado, prémio Sakharov pela paz em 2001, falava aos jornalistas em conferência de imprensa, no Santuário de Fátima, antes da Peregrinação Internacional do Migrante, a que irá presidir nestes dias 12 e 13. Segundo este responsável, a Igreja conhece a “Angola profunda” melhor do que o próprio Estado. Por isso, “a Igreja procurou ajudar o povo a compreender que as eleições são uma oportunidade para as pessoas se possam pronunciar”, distante do ambiente da guerra. D Zacarias Kamwenho acredita que “as eleições vão correr bem”, mas não esquece que “a força que tem o partido que está no poder não é igual à dos outros partidos que vão concorrer”. Por outro lado, frisou que todos procuram ajudar os políticos a “compreender que as eleições são periódicas” e que “não deve haver mais guerra”. “A liberdade já é um pouco mais difícil de compreender”, acrescentou. Em conclusão, o Arcebispo de Lubango assegura que “estamos a trabalhar para que amadureçamos a democracia e em democracia”.