Árabes cristãos de Israel organizam comité de acção

Dirigentes leigos e universitários dos cristãos do sector árabe de Israel anunciaram a criação de comité de acção na sequência de confrontos entre druzos e cristãos, noticiou sexta-feira a imprensa israelita. Esta foi a mais recente de uma série de reuniões que teve lugar em Haifa, após os motins ocorridos em Fevereiro passado na aldeia mista (druzos e cristãos) de Maghar, na Galileia. Os incidentes tiveram lugar após ter sido espalhado na aldeia, por um rapaz druzo de 16 anos, o boato de que alguns cristãos tinham publicado na Internet fotografias falsas de raparigas druzas nuas. A publicação das fotos não foi até hoje provada. No decorrer dos incidentes de Maghar, os bairros onde habitam os cristãos foram atacados com explosivos e foram incendiados automóveis. Oito pessoas ficaram feridas no motim, que só terminou com a fuga em massa da população cristã. No decorrer dos encontros realizados em Haifa, na “Christian House”, a população árabe cristã considerou que os seus líderes religiosos não exercem qualquer acção para a defesa civil da sociedade cristã, e que portanto os líderes laicos e universitários deverão assumir essa função. Em Israel vivem cerca de 117 mil árabes cristãos, que representam apenas 1,7 por cento da população total e menos de 9 por cento da totalidade dos árabes de Israel. São, portanto, uma minoria dentro de outra minoria. Ao convocar membros das outras comunidades religiosas para a reunião formativa do comité, os árabes frisaram que não têm qualquer intenção de libanizar o sector árabe, nem de assumir posições contrárias ao seu grupo étnico (árabe) ou ao Estado de Israel. Exigem sim que o Estado instaure um inquérito sobre os acontecimentos de Fevereiro, que os culpados sejam castigados e que seja paga às vítimas uma compensação material pelos danos sofridos.

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