Media religiosos querem afirmar-se como verdadeiros veículos de comunhão e evangelização
Lisboa, 21 set 2012 (Ecclesia) – As Jornadas Nacionais de Comunicação Social, que a Igreja Católica vai promover nos dias 27 e 28 de setembro, pretendem contribuir para a afirmação definitiva dos media religiosos enquanto verdadeiros veículos de comunhão e evangelização.
Em entrevista concedida ao Programa ECCLESIA, o diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS), padre João Aguiar, sustenta que “a pastoral da comunicação em Portugal ainda não está seriamente aprofundada e defendida”.
Mais do que a “convicção teórica” de que a comunicação é “uma grande prioridade”, refere o sacerdote, a Igreja Católica deve olhar para aquela área e para os profissionais que nela trabalham como “parte” integrante da sua ação no mundo, seja ela de caráter espiritual, social, económico ou cultural.
“Uma Igreja que não comunica está a boicotar-se a si mesma, nesta obrigação de servir Jesus apresentando-o ao mundo”, considera o mesmo responsável.
A edição deste ano das Jornadas, no Seminário do Verbo Divino em Fátima, vai debruçar-se sobre o tema “Silêncios e Silenciamentos”.
Uma matéria que o diretor do SNCS considera “absolutamente atual”, numa altura em a Igreja Católica está prestes a entrar (dia 11 de outubro) no Ano da Fé, que aponta sobretudo para a necessidade de dar impulso novo à Evangelização”.
As jornadas surgem ainda num momento em que os media se debatem com diversos desafios, que têm a ver com a explosão da comunicação digital e com a situação socioeconómica do país.
Com o avanço tecnológico na internet e o surgimento de cada vez mais portais e redes sociais, onde a informação circula a uma “velocidade estonteante”, é cada vez mais “difícil discernir” o que deve “ser contado” aos consumidores, realça o padre João Aguiar.
O silêncio ajuda o jornalista a “refletir nas suas escolhas, a selecionar de acordo com a atualidade, a relevância, com as leis da proximidade” e no caso do jornalista religioso, a dar à informação a “codificação mais adequada ao destinatário com quem pretende comungar aquilo que sabe, porque é de comunhão que se trata e não de mera informação”, acrescenta.
No que diz respeito aos “silenciamentos”, o sacerdote recorda que a comunicação social está hoje sujeita a muitos condicionalismos, como as “pressões económicas, políticas, ideológicas” passando pelo silêncio propositado das autoridades sociais ou religiosas.
De acordo com o padre João Aguiar, a frase “não presto declarações” é vista hoje em dia como uma “forma inteligente” de evitar que determinado assunto seja “notícia, motivo de conversa e debate”.
Há depois também os silenciamentos impostos pelos próprios jornalistas, porque não têm “conhecimentos ou coragem intelectual” para tratar os assuntos.
Numa análise que poderá ser escutada no próximo domingo, a partir das 6h00, no Programa da Igreja Católica na Antena 1, o diretor do SNCS fala ainda sobre os intervenientes e comentadores que irão estar a partir de dia 27 de setembro em Fátima.
A iniciativa vai contar com nomes como Marques Mendes, antigo líder social-democrata, e Carlos Magno, responsável da Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
As Jornadas Nacionais de Comunicação Social vão poder ser acompanhadas online, através dos sites www.ecclesia.pt/jornadas2012 e videos.sapo.pt/agendiaecclesia.
PRE/JCP