Apostolado do Mar: Vaticano lembra «trabalhadores invisíveis» e pede combate às «desigualdades» laborais

Mensagem por ocasião do Domingo do Mar, que se assinala a 13 de julho, lembra pessoas que trabalham «longe das famílias» e pede que dioceses com territórios marítimos intensifiquem «atenção ao mar como ambiente físico e espiritual»

Cidade do Vaticano, 27 jun 2025 (Ecclesia) – O Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, da Santa Sé, publicou hoje uma mensagem para o Domingo do Mar, que se assinala a 13 de julho, valorizando a “vida digna” dos trabalhadores marítimos e denunciando “desigualdades que aumentam”.

“Toda a Igreja é chamada a interrogar-se sobre a forma como atualmente se trabalha nos portos e nos navios, com que direitos e em que condições de segurança, com que assistência material e espiritual. Numa criação ferida e num mundo em que os conflitos e desigualdades aumentam, amar o Deus da vida compromete-nos com a vida. Com efeito, a vida é sempre concreta: a vida de qualquer pessoa, a vida vivida no âmbito de relações que, se não libertam, aprisionam e se não fazem prosperar, humilham”, alerta o documento.

O texto, assinado pelo cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, lembra que qualquer ser humano, “povo ou credo religioso” procura uma “vida digna” e os trabalhadores marítimos, que “não ficaram parados”, tiveram a “audácia de partir, como tantos homens e mulheres” lembrados na “Sagrada Escritura”: “Gente que viaja, dentro da viagem da vida”, reconheceu.

“Queremos reconhecer os trabalhadores marítimos, filhas e filhos, cuja dignidade não pode jamais ser posta em causa por nada nem por ninguém. Somos irmãos e irmãs. Vimos da mesma casa e voltamos para a mesma casa: uma Pátria sem limites e sem fronteiras, onde não existem privilégios que dividem e injustiças que ferem. Tendo esta consciência firme e indestrutível, podemos ter esperança. A solidariedade entre nós e entre todos os seres vivos pode, desde já, ser mais forte e mais viva”, afirmou.

O Domingo do Mar é uma ocasião para lembrar trabalhadores “muitas vezes invisíveis”, que passam “grande parte da sua vida longe das suas famílias e comunidades”, mas que, assinala a mensagem, “prestam um serviço imenso à economia e ao desenvolvimento das populações”.

“Desejamos que todos quanto trabalham no mar saibam que estão no coração da Igreja: não estão sós nas suas exigências de justiça, de dignidade e de alegria. Um desenvolvimento humano integral inclui efetivamente todos os seres humanos e todas as suas dimensões físicas, espirituais e comunitárias”, pode ler-se.

O Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral pede às comunidades, “em particular às Dioceses com territórios marítimos, fluviais ou lacustres”, para “intensificarem a atenção ao mar como ambiente físico e espiritual que apela à conversão”.

O cardeal Michael Czerny termina com um agradecimento aos “trabalhadores marítimos cristãos” e a “todos os colegas de outras pertenças religiosas e culturais”, assegurando que são todos “peregrinos da esperança” cada vez que trabalham com “atenção e amor” e sempre que os laços vividos entre familiares e comunidades se mantiverem vivos e sempre que “perante as injustiças sociais e ambientais” se organizem “para reagir e responder de forma corajosa e construtiva”.

“Pedimos-vos para construírem pontes, mesmo entre países inimigos, sendo profetas da paz. O mar liga todas as terras, convida-as a olharem para o horizonte infinito, a compreenderem que a unidade pode sempre prevalecer sobre o conflito”, conclui o prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

LS

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