Matilde Sousa Franco explica porque é contra o aborto O projecto de lei sobre o aborto foi aprovado, ontem (8 de Março) na especialidade apenas com os votos favoráveis dos partidos da esquerda parlamentar que o redigiram em conjunto. Matilde Sousa Franco, deputada independente pelo PS, disse no plenário que a decisão do eleitorado, no referendo de 11 de Fevereiro, “foi no sentido da opção da mulher, mas deviam ser incluídos neste Projecto de Lei princípios que estavam antes anunciados, inclusive na campanha eleitoral, ou fazem parte da legislação das melhores práticas europeias, por exemplo: a proibição de publicidade como meio de incitar à IVG; ser forçoso informar a mulher de alternativas, como apoios financeiros, sociais, a adopção (pois mais de 80% preferiam prosseguir a gravidez se fossem ajudadas); não discriminar os profissionais de saúde que queiram respeitar a sua ética; seguirem-se exactamente as mesmas regras no sector público e no privado, etc. Nos EUA, desde há meses, já se legislou a pensar nos fetos abortados, anestesiando-os previamente, e passando-lhes certidões de óbito, para certificar quantos abortos são realizados e para criar um registo público de quantas mulheres fizeram abortos”. A deputada votou contra o Projecto de Lei, em coerência com os meus votos contra o Projecto de Resolução nº 148/X/PS, que propôs «a realização de um referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez realizada por opção da mulher nas primeiras dez semanas», e a legislação relativa à Procriação Medicamente Assistida. Com o recurso à objecção de consciência, “para ter liberdade de voto e apresentar sugestões legislativas (estando sozinha nestas condições nesta bancada parlamentar), preferia deixar o meu lugar de deputada se não tivesse tido abertura para tal” – referiu Matilde Sousa Franco. As legalizações do aborto livre “vão contra até a Declaração Universal dos Direitos do Homem, e em todos os países onde se liberalizou o aborto este aumentou (abortos legais + clandestinos). Antes da liberalização do aborto agora em Portugal, o Eurostat previu que em 2018 comece a diminuição da população do nosso país, mesmo com a imigração. Portugal está entre os seis países europeus mais afectados pela falta de natalidade”. – salientou Matilde Sousa Franco. E acrescenta: “Penso que Portugal só conseguirá ficar na História do Séc. XXI se apostar no apoio à maternidade e na solidariedade, para com crianças, idosos, pobres, doentes, deficientes, os quais têm muito poucos Direitos.