Cardeal Saraiva Martins pede diálogo entre os fiéis das três grandes religiões monoteístas para evitar gestos de violência O Cardeal Saraiva Martins disse ontem em Fátima que a paz não é apenas a ausência de guerra, mas é a salvação completa, pedindo um “diálogo sincero e cooperação recíproca” entre os fiéis das três grandes religiões monoteístas. Na noite de 12 de Maio, o Cardeal português falou num “ecumenismo da oração” que evite “gestos de ódio e de violência”. Na sua homilia, D. José Saraiva Martins, defendeu que “a mensagem simples de Fátima é, pois, uma mensagem evangélica de premente actualidade. Ela chama-nos a nós cristãos a, como Maria e os três Pastorinhos, testemunhar a palavra da verdade, o Evangelho, sendo instrumentos de paz”. Milhares de fiéis participaram na cerimónia, que assinala os 91 anos das Aparições na Cova da Iria. Sobre o tema da Verdade, que este ano marca a reflexão no Santuário de Fátima, D. José Saraiva Martins sublinhou que “Viver na Palavra de Jesus é viver na verdade. Mas, podemos perguntar-nos «o que é a verdade» (cf Jo 18,38)?” Para ajudar à resposta desta pergunta, o Cardeal, com base nas Leituras, recordou o apóstolo S. Paulo que traçou o desígnio de Deus sobre a humanidade, o desígnio salvifico, sublinha D. Saraiva Martins de “que todos os homens e as mulheres de casa língua ou nação, condição social ou grupo étnico, tempo ou lugar, tomados quer individual, quer colectiva e socialmente” se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade. Na mesma homilia e a milhares de peregrinos de todo o mundo, D. Saraiva Martins reafirmou a importância da mensagem de Fátima para o mundo actual, como apelo a um retorno à casa do Pai. “A verdade, antes de ser pensamento, é afirmação de um amor incondicional indefectível”, disse. “Esta é exactamente a mensagem de Fátima: uma mensagem profundamente profética de amor, de conversão, de reconciliação e de paz. O seu chamamento primordial é o apelo evangélico a que vivamos na verdade, isto é, no amor. Para tal, antes de mais é preciso voltar à casa do pai, deixando-nos iluminar pela sua luz, abrigar no seu seio. Para aí o adorar, consolar a dor que lhe provoca a divisão e a perdição dos seus filhos e interceder pelos pecadores que rejeitam o seu amor”, afirmou ainda. Redacção/Sala de imprensa do Santuário de Fátima FOTO: Lusa