Apelo pela conservação do Ártico

Bento XVI reafirma compromisso ecológico da Igreja, num esforço inter-religioso em favor do ambiente Bento XVI lançou esta manhã um apelo em favor da conservação do Ártico, sublinhando que “a conservação dos recursos hídrico e a atenção às mudanças climáticas são matérias de enorme importância para toda a família humana”. O Papa falava durante a audiência geral desta manhã, no Vaticano, enviando uma saudação aos participantes do Simpósio Internacional “Ártico, espelho de vida”, que se inicia amanhã, na costa ocidental da Gronelândia. A iniciativa é promovida pelo Patriarca ecuménico de Constantinopla (ortodoxo), Bartolomeu I. “Desejo saudar todos os participantes – vários líderes religiosos, cientistas, jornalistas e outras partes envolvidas – e assegurar-lhes o meu apoio nestes esforços”, referiu. Bento XVI manifestou-se “encorajado pelo crescente reconhecimento da necessidade de preservar o ambiente” e convidou todos a “rezar e trabalhar por um maior respeito de todas as maravilhas da criação de Deus”. O simpósio sobre o Ártico conta também com o apoio do presidente da Comissão Européia, Durão Barroso, e do ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan. A iniciativa decorre a bordo de um navio, que vai percorrer a costa da Gronelândia. Entre os temas em discussão, está a busca de novos paradigmas para a reflexão sobre o ambiente, baseados nos princípios da “interdependência” e da “co-responsabilidade” partilhados pela ciência e a religião. Ainda no passado Domingo, Bento XVI pedia que se invertesse tendência da degradação ambiental. “Antes que seja tarde demais, é necessário fazer escolhas corajosas para recriar uma forte aliança entre o Homem e a Terra. É preciso dizer «Sim» – com firmeza – à tutela da Criação e a um forte empenho para inverter as tendências, que se arriscam a causar situações de degradação irreversível”, afirmou o Papa, sublinhando: “É às futuras gerações que vai ser confiado o futuro do Planeta”. “Este ano a atenção está voltada, sobretudo, para a Água, um bem preciosíssimo que, se não for partilhado de modo justo e pacífico, tornar-se-á, infelizmente, motivo de duras tensões e amargos conflitos”, acrescentou. Na sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2007, o Papa manifestou preocupações ambientais, apelando à humanidade para que “tome consciência cada vez mais das ligações existentes entre a ecologia natural, ou seja, o respeito pela natureza, e a ecologia humana”. “A experiência demonstra que toda a atitude de desprezo pelo ambiente provoca danos à convivência humana e vice-versa”. Meses antes, a 30 de Novembro de 2006, Bento XVI e Bartolomeu I assinavam uma declaração em que falavam dos “grandes perigos para o ambiente natural” e manifestavam “preocupação pelas consequências negativas que possam derivar para a humanidade e para toda a criação, de um progresso económico e tecnológico que não reconhece os seus próprios limites”. “Como líderes religiosos, consideramos um dos nossos deveres encorajar e sustentar os esforços desenvolvidos para proteger a criação de Deus e para deixar às gerações vindouras uma terra na qual possam viver”, escreveram.

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Agência ECCLESIA

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