Apelo à santidade é feito a toda a comunidade cristã

Na tarde de ontem, D. António Carrilho, presidiu à celebração da Eucaristia no cemitério de Nossa Senhora das Angústias, na freguesia de São Martinho sufragando todos os fiéis defuntos e assinalando também a Solenidade de Todos os Santos que ontem a Igreja celebrou. Vários sacerdotes concelebram com o prelado funchalense. Na homilia, o prelado funchalense recordou a importância das Solenidade de Todos os Santos sublinhando que aquela “é a festa de todos aqueles que viveram uma vida que Deus reconhece como sendo o Seu caminho, que é o caminho do amor para com Ele e para com os outros homens em sentido de fraternidade”. Falando para um considerável número de pessoas, o Bispo do Funchal desejou que “a santidade deveria ser a normalidade da nossa vida cristã. São Paulo quando se dirigia às comunidades costumava dizer: aos santos que estão em tal local. Para aquele que é cristão ele exigia que fosse santo, como quem diz que todos têm a obrigação de viver num outro caminho, com um estilo evangélico, pois na medida em que cada pessoa procurar viver a sua vida assim nesta perspectiva do amor no seguimento de Cristo está a prosseguir os caminhos da santidade”. Fazendo uma reflexão a propósito das leituras proclamadas naquela Eucaristia, D. António Carrilho acentuou que “a santidade é um mistério de conversão contínua, a que todos somos chamados. Alguém dizia que ser santo é ser um pecador que não desiste da sua conversão, que não põe de parte o esforço a uma perfeição maior porque tem presente aquela palavra bíblica: sede santos porque Eu, vosso Deus, sou Santo, ou aquela palavra de Jesus: sede perfeitos como o vosso Pai Celeste é perfeito. O apelo à santidade é para todos nós: casados e solteiros, bispos, sacerdotes, religiosos, ricos e pobres, cultos e incultos. É para toda a gente pois todos temos o dever de assumir o nosso baptismo procurando em cada momento uma perfeição maior”. Em referência ao Evangelho de ontem recordou que “o caminho da santidade está condensado nas bem-aventuranças” sublinhando que “o sentido da misericórdia é lutar pela justiça, pela paz: é lutar pelo bem de todos”. O Bispo do Funchal disse depois que “as lutas da vida, as preocupações que temos em viver, tudo aquilo que brote da mensagem de Jesus, custe o que custar, santifica quem participa neste esforço para construir uma civilização diferente, a que chamamos a civilização do amor para podermos dizer que trazemos ao mundo dos homens o amor de Deus que Jesus traduziu desta maneira tão simples e tão bela: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Acreditando nisso colocamos a nossa vida num caminho onde surgem as dúvidas mas estas vão-se vencendo e o caminho vai-se percorrendo. O facto de encontrarmo-nos aqui, celebrando aqueles que se notabilizaram na simplicidade da sua vida, mas vivendo intensamente a sua fé deve ser para para nós estímulo, porque precisamos de uma sociedade de santos que não estejam apenas nos mosteiros, mas de santos que estejam na vida concreta de todos os dias, no comum das pessoas. Santos na família, santos comprometidos na vida social, na vida política, na cultura, na economia e na arte. Santos que procuram viver os critérios do Evangelho em todos os domínios da sua actividade. Celebrar todos os santos é sentirmos envolvidos neste desafio a sermos santos e a procurar libertarmo-nos de tudo aquilo que nos impeça do amor de Deus e do amor do próximo”. D. António Carrilho recordou os defuntos sepultados naquele cemitério, pedindo a Deus por todos eles fazendo uma prece para que o Senhor os receba na Sua glória, “lembrando os que têm quem reze por eles e por aqueles que não têm quem se lembre deles nas suas orações”. A finalizar a sua homilia, o prelado funchalense disse que “solidários no sofrimento de tantas famílias e no luto de tanta gente que tem ainda viva a memória dos seus ente queridos, peçamos a Deus que os acolha no seu seio e guarde neste mistério de redenção e de amor aqueles que queremos hoje aqui recomendar”. De referir que, hoje, às 18 horas, D. António Carrilho presidirá à Eucaristia na Sé do Funchal por intenção dos Bispos desta Diocese, já falecidos.

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