Ao encontro da memória cristã da Turquia

Bento XVI celebra Missa em Éfeso A actual Turquia carrega consigo a herança de inúmeras variadas civilizações – hitita, macedónica, grega, romana, bizantina, muçulmana e otomana – e pode ser considerada, com justiça, um dos berços do Cristianismo. Apesar da pequena comunidade católica que ali reside actualmente, Bento XVI não quis deixar de manifestar a sua proximidade, indo, precisamente, a um dos locais mais importantes da memória cristã da Turquia: Éfeso, onde está a “Casa da Mãe de Deus”. Nesta antiga metrópole na costa turca do mar Egeu existiu um importante centro cristão, logo nos primeiros anos após a morte de Jesus. Os apóstolos João e Paulo viveram em Éfeso e, de acordo com a tradição, também a mãe de Jesus aqui terá vivido os últimos anos da sua vida, antes de morrer, como o próprio Bento XVI fez questão de lembrar hoje. Éfeso era uma das sete igrejas referidas no livro d o Apocalipse, e que se situam todas na actual Turquia: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia. A Carta aos Efésios, cuja autoria é atribuída a São Paulo, terá sido dirigida aos cristãos da cidade ou aos de Laodiceia, de acordo com a Nova Bíblia dos Capuchinhos. A “Casa Mãe de Deus” é o lugar da tradição cristã mais importante e será visitada amanhã, quarta-feira, pelo Papa. Bento XVI celebrará aqui uma Missa ao ar livre e será o terceiro Papa a visitar o lugar, depois de Paulo VI e João Paulo II. O lugar é visitado anualmente por dezenas de milhares de pessoas, incluindo muçulmanos, que reverenciam Maria como mãe de um grande profeta. O vigário apostólico de Istambul, D. Louis Pelâtre, assegurou à AFP que, além da presença de Maria em Éfeso é “muito provável”, o III Concílio ecuménico de Éfeso, em 431, decorreu numa igreja “dedicada a Maria, algo absolutamente excepcional, dado que na época nenhuma igreja lhe era dedicada e a prática era de dedicar igrejas apenas quando o túmulo da pessoa se encontrava próximo”. Neste Concílio teve lugar a proclamação de Maria como “Mãe de Deus”. Se Cristo nasceu em Belém, pode dizer-se que o berço foi a Ásia Menor, como assinala o vigário apostólico de Istambul. A forte presença cristã devei-se, em especial, ao apostolado dos Santos André, Paulo e João. Foi mesmo em Antioquia, no sudeste da actual Turquia, que os seguidores de Jesus receberam, pela primeira vez, o nome de “cristãos”. Ao longo de séculos, a Anatólia e a Capadócia tornaram-se refúgio para cristãos perseguidos, ali florescendo mosteiros e igrejas. A Igreja Católica no país conta, hoje em dia, com 47 paróquias, 68 padres, 98 religiosos e religiosas, 4 diáconos permanentes, e seminaristas maiores e 28 catequistas. Notícias relacionadas • No berço do Cristianismo

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