António Guterres pede à comunidade internacional para «não abandonar população iraquiana»

A crise humanitária no Iraque não pode mais ser ignorada, e a população iraquiana, que continua a sofrer privações, pobreza e violência, não pode ser abandonada ao seu destino. É preciso um maior esforço de toda a comunidade internacional para dar uma reviravolta na grave situação social no Iraque. Este apelo foi lançado pelo Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, António Guterres, que interviu na Conferência Internacional, que decorreu em Genebra nos dias 17 e 18, dedicada à crise iraquiana. Promovida pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), participaram representantes políticos, intelectuais e especialistas de mais de 60 países do mundo. António Guterres exortou a comunidade internacional a fornecer uma resposta contínua, orgânica e coordenada, com o objectivo de aliviar a dramática condição de milhões de pessoas que fogem das suas casas por causa do conflito, recordando as necessidades humanitárias de quase quatro milhões de refugiados e desalojados no Iraque e nos países limítrofes da região. “Todos nós – representantes de governos, organizações internacionais e sociedade civil – temos o dever de ajudá-los.” Ao dirigir-se aos mais de 450 delegados presentes na Conferência, enviados por governos e organizações internacionais, Guterres destacou que, apesar da grande cobertura dos media, a crise iraquiana é provavelmente a crise humanitária menos compreendida. Apesar dos aspectos políticos e militares, “foi dada uma atenção muito limitada à tragédia humanitária”, disse. Segundo o Alto Comissário, “trata-se do maior êxodo forçado no Oriente Médio desde os dramáticos eventos de 1948, pois um em cada oito iraquianos é obrigado a fugir. Cerca de 1,9 milhão de iraquianos são actualmente refugiados dentro do próprio país, enquanto outros dois milhões procuram refúgio fora do Iraque”. Guterres reiterou o carácter especificamente humanitário da conferência, mas também notou que as questões humanitárias são “sintomas de uma doença, cujo tratamento pode ser apenas político”. “Esta Conferência constitui somente o primeiro passo num processo que nós desejamos poder dar vida a um diálogo continuado e a uma resposta coordenada e orgânica à crise humanitária no Iraque”, concluiu o Alto Comissário. Por isso, exortou a comunidade internacional a fornecer “suporte financeiro, económico e técnico, mas também mais oportunidades para as pessoas mais vulneráveis”. Com Agência Fides

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