Francisco alertou que «as primeiras posições, os lugares mais cómodos, são becos sem saída», incentivou ao testemunho e a «semear a esperança»
Cidade do Vaticano, 17 jan 2025 (Ecclesia) – O Papa recebeu seminaristas da Diocese espanhola de Córdoba, em peregrinação jubilar, e explicou que “a esperança pode ser identificada como os sinais que marcam o itinerário”, e indicou três sinais, a “direção, os perigos, as zonas de descanso”.
“O primeiro é a direção: para o céu, para o encontro definitivo com Jesus. Não para as primeiras posições, não para os lugares mais cómodos, esses são becos sem saída e, se tivermos a infelicidade de entrar neles, temos de recuar com dificuldade e vergonha”, disse Francisco, no discurso publicado na Sala de Imprensa da Santa Sé.
Ao grupo da diocese Espanhola, o Papa explicou que o segundo sinal são “os perigos do caminho”, e destacou a importância do testemunho e dos semeadores de esperança, para que quem vem “de um belo lugar com o nome de São Pelágio”, nomeadamente o Seminário Maior de Córdoba: São Pelágio (912-925), mártir espanhol assassinado aos 13 anos de idade durante a Guerra da Reconquista (722-1492).
“Como aquela criança santa, no meio da dor da guerra, da crueldade mais indigna dos seres humanos, armados com o capacete da esperança, podeis dar testemunho, podeis perseverar no caminho do Senhor, convencidos de que Jesus vos sustentará sempre e nos dará também a força de sermos semeadores de esperança”, desenvolveu, na Sala Clementina.
Segundo o Papa, o terceiro sinal está nas “zonas de descanso”, e explicou que no caminho de peregrinação a Roma, atravessar a Porta Santa e visitar os túmulos dos apóstolos, existe a necessidade de serem “sustentados, de sentir a presença daquele que é a única esperança, Jesus”, que se apresenta “como Mestre, como Senhor”.
“Cura-nos quando nos cansamos a meio do caminho e acolhe-nos quando somos vencidos pelo cansaço e deve parar e fazer uma pausa. Sem essa esperança, partir seria uma loucura, mas confiando n’Ele não temos dúvidas de que chegaremos ao porto desejado.”
“No entanto, nunca pensem que semear a esperança é dizer palavras educadas ou optar por um discurso de bondade. Este caminho é o caminho de Jesus, que conduz à Jerusalém celeste, passando pela Jerusalém terrestre, abraçando a cruz, e apoiado por inúmeros cireneus”, acrescentou o Papa sobre um caminho que não se pode fazer “sozinho, mas em comunidade”.
Francisco começou o discurso, onde enumerou sinais que podem identificar a esperança na viagem da vida, a manifestar “grande alegria” por receber o grupo espanhol de 65 pessoas, “como peregrinos de esperança neste Ano Jubilar”.
O portal de notícias do Vaticano, o ‘Vatican News’, informa que o grupo era constituído por seminaristas da Diocese de Córdoba (Espanha) – do Seminário Maior ‘San Pelagio’ e do Seminário do Redemptoris Mater ‘San Juan de Ávila’ – acompanhados pelos reitores, formadores e o bispo diocesano, D. Demetrio Fernández, em peregrinação por Roma desde quarta-feira, dia 15 de janeiro.
CB