Semanário ECCLESIA aborda iniciativa lançada pelo Papa Francisco
Lisboa, 10 abr 2015 (Ecclesia) – O Jubileu da Misericórdia que o Papa Francisco convocou é uma consequência lógica do seu pensamento e ação, refere à Agência ECCLESIA o téologo português Jorge Teixeira da Cunha.
“Se [o Papa Francisco] tem desencadeado um enorme caudal de simpatia entre crentes e não-crentes é pela sua capacidade de aproximação às pessoas, sobretudo às que vivem situações de pobreza, de sofrimento, e aos povos feridos pela sua exclusão do desenvolvimento e da dignidade”, escreveu o sacerdote, docente da Faculdade de Teologia do polo regional do Porto, da Universidade Católica Portuguesa.
Segundo este especialista, o Ano Santo dedicado à Misericórdia é uma iniciativa “completamente coerente” com o “estilo pastoral” de Francisco e “lembra à Igreja aquilo que a constitui”.
“O que a constitui não é uma ideia, uma moral, um direito mas, antes disso, é a compaixão de Deus pelo mundo”, observa.
O Papa anunciou a 13 de março a realização do 29.º jubileu na história da Igreja Católica, um Ano Santo extraordinário centrado no tema da Misericórdia, entre 8 de dezembro e 20 de novembro de 2016.
Francisco vai presidir este sábado, véspera da festa da Divina Misericórdia, a uma oração na qual vai ser publicada a bula convocatória do jubileu às 17h30 (menos uma hora em Lisboa), na Basílica de São Pedro.
Na mais recente edição do Semanário ECCLESIA, o padre Jorge Teixeira da Cunha explica que a “misericórdia” é uma palavra com “ressonâncias” bíblicas profundas que remonta ao movimento de “revolver as entranhas de Deus, para se aproximar do povo sofredor no Egito”.
Por sua vez, o diretor do Apostolado da Misericórdia de Deus, considera que o Papa nos seus “gestos de misericórdia e no seu ensinamento”, também centrado nesta temática, tem manifestado a “urgência de a Igreja servir aos homens de hoje este vinho novo da misericórdia”.
Neste contexto, o padre Basileu Pires frisa que o “coração” da mensagem bíblica, do Evangelho, do cristianismo, é a misericórdia”.
“Na Sagrada Escritura o nome de Deus é Misericórdia”, destaca ainda o religioso, que contextualiza com várias passagens desde o Antigo e Novo Testamento.
O presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel de Lemos, assinala num artigo de opinião publicado na mesma edição do semanário que o jubileu é motivo de alegria, representando um “apelo à misericórdia”.
“As Misericórdias de Portugal, cuja identidade inspirada e materializada na caridade cristã muito nos orgulha, continuarão, como pediu o Papa Francisco, com «as suas portas escancaradas para que todos os que são tocados pela graça possam encontrar a certeza do perdão»", escreve.
CB/OC