D. Américo Aguiar destacou que jovens «estão outra vez com pilhas elétricas», para a peregrinação do Ano Santo e a Jornada Mundial da Juventude 2027 Seul
Lisboa, 08 jan 2025 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal disse que a diocese perdoou “um valor que ronda perto de 60 mil euros”, no âmbito do Ano Santo 2025, e convidou pessoas e instituições a terem esse “gesto de generosidade e de liberdade”.
“O que eu desejo e espero é que para cada uma das pessoas a quem é perdoada a dívida, que signifique esperança, que signifique confiança e, acima de tudo, que volte a ter capacidade e oxigênio para respirar, para sonhar e para construir o futuro, e que essa dívida não seja uma pedrinha no sapato que incomoda e que impede de caminhar com a normalidade”, disse D. Américo Aguiar, esta terça-feira, em declarações aos jornalistas, a apresentação do livro ‘Memórias de uma Belíssima Jornada’, nos paços do concelho de Lisboa.
O cardeal português explicou que “o perdão das dívidas é uma marca do jubileu”, a Igreja Católica está a viver o Ano Santo 2025 – o seu 27.º jubileu ordinário – celebração que acontece a cada 25 anos -, com o tema ‘Peregrinos da Esperança’, iniciado na última noite de Natal, com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro, pelo Papa Francisco.
O bispo de Setúbal anunciou o perdão das dívidas pessoais à diocese no contexto do Jubileu 2025, uma decisão tomada com o Conselho Diocesano de Assuntos Económicos, no dia 29 de dezembro de 2024, quando se inaugurou solenemente o Ano Santo em todas as dioceses católicas.
“Na Diocese de Setúbal estamos a falar de um valor que perto de 60 mil euros, para a diocese é um valor muito significativo; o que o Santo Padre pede em relação aos países, em relação às instituições, eu adaptei em relação à diocese, em relação à vida pessoal de cada um”, destacou D. Américo Aguiar, que reforçou o convite – “cada um pessoalmente, cada pessoa, cada família, cada instituição” – a ter este “gesto de generosidade e de liberdade”.
O bispo de Setúbal, nomeado para esta Igreja após a edição internacional da JMJ Lisboa 2023, recorda que quando chegou à diocese “a primeira sensação” é que os jovens “estavam cansados daquilo que foi a caminhada”, mas, “já estão outra vez com pilhas elétricas”, porque o objetivo é a peregrinação do Ano Santo, a Roma, e a Jornada Mundial da Juventude 2027 Seul, na Coreia do Sul.
O Papa Francisco, no Ano Santo, vai canonizar o beato Carlo Acutis (1991-2006), patrono da JMJ Lisboa 2023, no Jubileu dos Adolescentes (25 a 27 de abril), e no Jubileu da Juventude (28 de julho a 3 de agosto), é canonizado Pier Giorgio Frassati (1901-1925).
“Eu só dou graças a Deus pelo Papa Francisco ter tido esta sabedoria de fazer associar, quer à peregrinação dos adolescentes, quer à peregrinação dos jovens, as canonizações de um e de outro; um jovem, um jovem adolescente, perante os jovens da sua idade, contemporâneos, coloca a santidade de vida como uma possibilidade real e muito próxima da vida deles”, desenvolveu D. Américo Aguiar.
O bispo de Setúbal salienta que quando se veem as fotografias do Carlo Acutis em Fátima, em Santarém, “com o computador, nas redes sociais, é qualquer coisa única de identidade e de proximidade”, e destaca que “ele trabalhou muito bem para a Jornada Mundial da Juventude, como o Frassati”.
CB/OC
Sobre o livro ‘Memórias de uma Belíssima Jornada’, D. Américo Aguiar, que não aprecia “o estilo de memórias pessoais”, explicou, sobre a edição internacional da Jornada Mundial da Juventude em Portugal, que “era importante”, principalmente neste estilo de entrevista, “primeiro como memória daquilo que aconteceu, e também como herança para as gerações futuras de um evento que, tão cedo em Portugal”. “Nunca é demais perpetuarmos essa gratidão por aquilo que correu bem através de uma ferramenta que pode parecer démodé, um livro, mas não há nada como o papel e as folhas para nós viajarmos no tempo, para momentos em que sofremos muito, em que estivemos muito aflitos, em que rezámos muito, mas agora, é bom voltar lá”, disse o coordenador-geral da JMJ Lisboa 2023. Ainda num contexto económico, e após a apresentação do livro-entrevista ‘Memórias de uma Belíssima Jornada’, D. Américo Aguiar partilhou o “desejo que até o último cêntimo” o dinheiro da Jornada Mundial da Juventude em Portugal “seja aplicado em projetos e na vida dos jovens”. “Esse dinheiro é dos jovens e não faz outro sentido que não seja aplicação para a vida, para os sonhos, e para os projetos da juventude”, realçou. |
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