«O que encerramos não é a graça divina, mas sim um tempo especial da Igreja» – D. António Moiteiro

Aveiro, 29 dez 2025 (Ecclesia) – O bispo de Aveiro afirmou na Missa de encerramento do Ano Santo 2025 que este jubileu dedicado à esperança foi “um dom e uma graça”, e a missão para o futuro é serem “portas abertas para os outros”.
“Hoje, o que encerramos não é a graça divina, mas sim um tempo especial da Igreja; o que continua aberto é sempre o coração misericordioso de Deus. Fecham-se as portas santas em Roma, encerra o Jubileu nas diversas Catedrais e Igrejas espalhadas pelo mundo, mas a porta do nosso coração continua aberta para escutar a Palavra de Deus, para acolher o irmão que sofre e para perdoar”, disse D. António Moiteiro, na homilia da Eucaristia que presidiu, este domingo, 28 de dezembro, na Sé.
“O Jubileu foi um dom e uma graça, e a nossa missão para o futuro é sermos portas abertas para os outros”, realçou no encerramento do Ano Santo 2025, na homilia intitulada ‘Converter-se em portas abertas para os outros’.
O bispo de Aveiro deu “graças” pelo Jubileu diocesano que celebraram nos 600 anos da catedral, entre 2023 e 2024, e pelo Jubileu universal da Esperança que concluíram na diocese, observando que “só Deus conhece os frutos e o bem” realizado na diocese, nas paróquias e no coração dos diocesanos.
“Os sinais dos tempos, depositados no coração humano, carecido da presença salvífica de Deus, pedem para serem transformados em sinais de esperança.”
D. António Moiteiro realçou a celebração do sacramento da Reconciliação, “os gestos de caridade para com os mais pobres”, e a iniciativa que tiveram em ter “a adoração a Jesus Eucaristia todos os dias”, no Santuário de Nossa Senhora de Vagos, esta é uma iniciativa a continuar com uma intenção que “diz respeito a toda a Diocese”: “rezarmos pelas vocações à vida matrimonial e de consagração – sacerdotais e religiosas”.
Neste domingo, dentro da oitava do Natal, a Igreja Católica celebrou a Festa da Sagrada Família de Nazaré, que foi instituída pelo Papa Leão XIII, em 1893, “para promover a santidade e os valores da vida familiar perante os desafios do mundo moderno”, e o Papa Bento XV “estendeu-a a toda a Igreja”, em 1921.
O bispo de Aveiro convidou a diocese a contemplar a família de Nazaré e, a partir dela, “olhar e contemplar as famílias de hoje”.
“José e Maria, a sagrada família, mostram, com a sua simplicidade, que somente no cuidado ao irmão, na atenção, no serviço, se pode encontrar a verdadeira felicidade. Este é o motivo pelo qual os pobres são os destinatários privilegiados do nascimento de Jesus. Os poderosos, os que tinham casa não deram conta do Natal”.
Segundo D. António Moiteiro, “o choro do Menino” não chegou ao calor e ao bem-estar das casas aquecidas e das “mesas cheias de iguarias”, apenas deram conta do nascimento do Menino “os que passavam a noite a guardar os rebanhos, à intempérie, porque partilhavam as mesmas condições que o Menino Jesus”.
“O que se pede à comunidade cristã – misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência – são valores que devem ser vividos por todos os cristãos, por todas as famílias e, de um modo particular, pelas famílias que vivem o seu amor à luz do amor de Deus”, explicou o bispo de Aveiro, a partir da leitura de São Paulo aos Colossenses, que apresenta um “código ético e familiar”.
Convocado pelo Papa Francisco através da bula ‘Spes non confundit’ (A esperança não engana), o Ano Santo encerrou este domingo nas dioceses de todo o mundo.
O 27.º Jubileu ordinário da história da Igreja Católica, iniciado na Noite de Natal de 2024, terá a sua conclusão a 6 de janeiro de 2026, no Vaticano, sob a presidência de Leão XIV, com o fecho da Porta Santa na Basílica de São Pedro.
“A quem queremos manifestar a nossa comunhão como princípio e fundamento visível da unidade de fé e da comunhão na caridade”, acrescentou D. António Moiteiro, na homilia publicada na página da Diocese de Aveiro na internet.
CB/OC
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