Bispo do Porto presidiu a celebração jubilar no Estabelecimento Prisional de Custóias
Maia, 12 mar 2025 (Ecclesia) – O bispo do Porto presidiu no último sábado ao Jubileu diocesano dos Reclusos, no Estabelecimento Prisional de Custóias, onde falou de esperança, liberdade, coração, afirmando que os “Estabelecimentos Prisionais constituirão a catedral nº 2 da diocese”.
“A partir de agora e durante o ano, este e os demais Estabelecimentos Prisionais constituirão a catedral n.º 2 da Diocese do Porto”, disse D. Manuel Linda, sobre o Ano Santo de 2025, o Jubileu da Esperança, citado pelo jornal ‘Voz Portucalense’.
A Igreja Católica está a viver o seu o 27.º jubileu ordinário, que começou com a abertura da Porta Santa, na Basílica de São Pedro, pelo Papa Francisco, na noite de 24 de dezembro de 2024, e termina a 6 de janeiro de 2026; o bispo do Porto desejou que este seja um “tempo de edificação da esperança, da liberdade”.
“Porque acreditamos na liberdade, porque todos nós ansiamos por uma liberdade que será exterior, mas, desde já, tem de começar por ser interior, que tem de nascer a partir do vosso coração tornado cada vez mais sensível e transformado, também eu, em nome do Senhor, vos desejo um tempo de edificação da esperança, da liberdade, de felicidade, da reconstrução da vossa vida familiar e social”, desenvolveu.
O bispo do Porto assinalou que este Jubileu é tempo favorável para “uma existência diferente” e explicou que “a abertura da porta santa significa a abertura do coração”, “um coração tanta vez fechado em si e nos seus ódios e desejos de vingança, para se abrir ao amor, aos outros e ao bem de todos”.
“Um coração que deixa entrar amizades e relações sociais sadias e que nos deixa sair a nós mesmos para irmos ao encontro dos outros, todos diferentes, mas todos possuidores de qualquer coisa de próprio que nos pode fazer felizes. É que só corações abertos fazem fraternidade”, acrescentou.
Na homilia, D. Manuel Linda lembrou também que Jesus foi preso e condenado e que na sua morte foi-lhe dada “uma facada no coração”, um coração aberto para “simbolizar o que é um coração que ama”.
“A exemplo dele, é este nosso coração aberto que recebe e projeta para a esperança, tema deste ano jubilar. Esperança de que, n’Ele, chegaremos ao porto da alegria e da felicidade. Ele é uma âncora que garante essa solidez de percurso, se nos agarrarmos a ela”, realçou o bispo do Porto, no Estabelecimento Prisional de Custóias.

O Jubileu dos Reclusos da Diocese do Porto foi organizado pela Comissão Organizadora deste jubileu setorial, e estiveram representados todos os estabelecimentos prisionais que existem na Diocese do Porto, pelos seus diretores, um grupo de reclusos de cada uma e voluntários que colaboram com a Pastoral Penitenciária.
No final da celebração jubilar foram entregues os prémios de um concurso de artes, como a prosa, a poesia, o desenho, a pintura e a escultura, aberto aos seis estabelecimentos prisionais na Diocese do Porto, informa o jornal ‘Voz Portucalense’.
O jornal diocesano destaca que ainda no âmbito deste Jubileu dos Reclusos se realiza uma mesa redonda, intitulada “O perdão liberta?”, esta quinta-feira, pelas 21h30, no CREU – Centro de Reflexão e Encontro Universitário da Companhia de Jesus (Jesuítas); e no dia 16 de março, uma peregrinação, onde vão participar familiares de reclusos, pelas 16h00, da zona da Cordoaria, junto à antiga Cadeia da Relação do Porto, até à Sé.
CB/OC