Ano Santo 2025: Peregrinações arquidiocesanas de Évora a Roma foram uma «sementeira» que vai «germinar nas comunidades», diz D. Francisco Senra Coelho

Arcebispo faz balanço da passagem da Arquidiocese pela capital italiana, por duas vezes, e revela conversa que teve com o Papa Leão XIV

Foto: Pastoral do Turismo e Peregrinações – Arquidiocese de Évora

Évora, 29 jun 2025 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora acredita que as peregrinações que a Arquidiocese realizou a Roma no âmbito do Ano Santo 2025, com a última a terminar na passada quarta-feira, foram uma “sementeira de encontro”.

“Foi, de facto, uma sementeira que eu acredito que como experiência vai germinar nas comunidades onde as pessoas estão”, afirmou D. Francisco Senra Coelho, em declarações à Agência ECCLESIA, esta sexta-feira.

O responsável católico diz que esta vai ser uma “confirmação de fé para os irmãos”, que vão saborear, a partir da experiência dos participantes, algo que “não puderam ver, não puderam presenciar, mas que os outros levam como recado e como mensagem”.

As paróquias que mandam peregrinos, que enviam peregrinos, nunca mais ficam iguais. Fazem grupos, comunidades de peregrinos da amizade, da caridade e da comunhão e geram também dinâmicas de vida na renovação da comunidade eclesial”, destacou.

D. Francisco Senra Coelho defende que estas experiências foram algo “muito bom” para a arquidiocese e revela que tem esperança que a Pastoral do Turismo e das peregrinações, recentemente criada, vai ajudá-la “ao peregrinar a renovar-se”.

Depois da primeira peregrinação arquidiocesana de Évora a Roma a propósito do Jubileu 2025, realizada em março, envolvendo 180 peregrinos que tiveram a oportunidade de estar com o Papa Francisco, foi marcada uma segunda experiência, uma vez que, segundo o arcebispo de Évora, ainda “havia pessoas que desejavam muito ir”.

“Para além de participarmos na audiência com o Santo Padre Papa Leão XIV, celebrámos a Eucaristia na Igreja de Santa Mónica, mesmo junto à Praça de São Pedro, almoçámos e fizemos, na parte da tarde, a entrada com a cruz e com, portanto, todos os momentos próprios da peregrinação jubilar”, relatou.

No final da audiência pública semanal, D. Francisco Senra Coelho teve a oportunidade de cumprimentar o pontífice, tendo os dois trocado breves palavras.

Falei em português e percebi que ele fala bem português. Eu disse que me chamo Francisco, que venho do sul de Portugal, de Évora, e ele imediatamente identificou e disse: ‘isso é a metrópole do Sul’. ‘Sim, sou o arcebispo de Évora’”, conta.

“E depois disse-lhe que nós tínhamos uma espiritualidade muito marcada pela Cova da Iria, por Fátima, e amávamos muito o Papa, e rezávamos muito pelo Papa. O Papa está no coração de Fátima e no coração dos portugueses”, relatou ainda o arcebispo.

Depois de o Papa ter agradecido, D. Francisco Senra Coelho disse a Leão XIV que tivesse a certeza que Portugal seria fiel “ao seu magistério, aos seus ensinamentos” e que “estaria na linha da frente da fidelidade”.

“Quando se olhava, segundo me foi contado pelos sacerdotes, para o nosso grupo, quando o Papa passava, pois eu estava lá em cima, não via, estava, portanto, junto à estrutura onde o Papa foi acolhido, mas as pessoas que estavam ao pé, os nossos peregrinos, viram muitas lágrimas nos olhos”, testemunha.

O arcebispo manifesta que “a serenidade, a paz, a simplicidade, a segurança de fé do Papa Leão XIV transmite-se e não cabe no coração, por isso saem as lágrimas”.

Além da participação na audiência geral, os peregrinos de Évora percorreram vários locais como Assis, nomeadamente a Basílica de São Francisco, e Cássia, visitando a Basílica de Santa Rita de Cássia.

“Foi, assim, intensa a peregrinação. Muito intensa. Andámos muitos quilómetros. E esta intensidade não era capaz, digamos, de apagar a nossa alegria. O encontro com a beleza de Deus, na beleza da arte que Roma proclama, das basílicas, dos encontros com os grupos que nos iam acenando no cruzamento, enfim, da nossa peregrinação. Foi muito rico”, descreve.

LJ/OC

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