Celebração acontece a 26 de dezembro, na prisão de Rebibbia, em Roma
Cidade do Vaticano, 28 out 2024 (Ecclesia) – O Papa vai abrir uma porta santa na prisão de Rebibbia, em Roma, a 26 de dezembro, por ocasião do próximo Ano Santo, num gesto inédito na história dos Jubileus.
O anúncio foi feito hoje por D. Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, no Vaticano, durante uma conferência de imprensa que divulgou as próximas iniciativas do Jubileu 2025, que se inicia a 24 de dezembro, com a tradicional abertura da porta santa na Basílica de São Pedro.
O Papa apelou, na bula de proclamação do Jubileu 2025, publicada em maio, a uma amnistia para os presos, como sinal de “esperança”, tendo então anunciado a intenção de abrir uma porta santa numa cadeia.
“Proponho aos governos que, no Ano Jubilar, tomem iniciativas que restituam esperança aos presos: formas de amnistia ou de perdão da pena, que ajudem as pessoas a recuperar a confiança em si mesmas e na sociedade; percursos de reinserção na comunidade, aos quais corresponda um compromisso concreto de cumprir as leis”, escreveu.
O texto, intitulado ‘Spes non confundit’ (A esperança não desilude), proclama solenemente o início e fim das celebrações do próximo Ano Santo, entre 28 de dezembro de 2024 e 6 de janeiro de 2026, naquele que será o 27.º jubileu ordinário da história da Igreja.
No dia 24 de dezembro, o Papa Francisco “será o primeiro a cruzar o limiar da Porta e convidará todos os que vierem durante o Ano a seguir o seu exemplo, a exprimir a alegria do encontro com Cristo Jesus”, refere o arcebispo Fisichella, adiantando que o anúncio da abertura da celebração será feito por um pequeno concerto de carrilhão, da Fábrica Pontifícia de Sinos Marinelli.
A fim de oferecer aos presos um sinal concreto de proximidade, eu mesmo desejo abrir uma porta santa numa prisão, para que seja para eles um símbolo que os convida a olhar o futuro com esperança e renovado compromisso de vida”.
O Papa Bonifácio VIII instituiu, em 1300, o primeiro ano santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, cinquentenária e finalmente fixado de 25 em 25 anos.
Francisco esteve na prisão de Rebibbia, na Quinta-feira Santa de 2015, para lavar os pés de doze reclusos de diferentes nacionalidades; já este ano, celebrou a Missa da Ceia do Senhor na prisão feminina de Rebibbia, lavando os pés a doze mulheres.
No total, recorda o Vaticano, o Papa visitou 15 cadeias nos anos do seu pontificado, “a maioria na Itália, algumas também durante viagens ao estrangeiro”.
D. Rino Fisichella adiantou aos jornalistas que, durante o Jubileu 2025, “haverá iniciativas concretas a realizar em colaboração com o governo italiano, formas de amnistia e percursos de reintegração no trabalho para ajudar os presos a recuperar a sua autoconfiança”.
A conferência de imprensa contou ainda com a apresentação de ‘Luce’ (Luz), a mascote do Jubileu 2025.
OC