Ano Santo 2025: Celebração do Jubileu criou «comunhão entre comunicadores do mundo inteiro” e desafiou a «narrar a esperança»

D. Nuno Brás, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais Comunicações Sociais, valorizou a presença de um «grupo bastante grande» de Portugal e jornalistas falam num ano que é uma ocasião para debater o jornalismo

Foto: Ricardo Perna/Diocese de Setúbal

Cidade do Vaticano, 26 jan 2024 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais Comunicações Sociais disse que o Jubileu do Mundo das Comunicações, que hoje terminou no Vaticano, gerou “comunhão” entre os participantes e desafiou a “narrar a esperança”.

Foto Agência ECCLESIA/HM, D. Nuno Brás

D. Nuno Brás recordou o apelo a “comunicar a verdade” e a “viver a verdade”, que percorreu vários momentos da primeia celebração jubilar, sublinhando depois o desafio do Papa deixado durante o encontro com os participantes na oração do ângelus, para que sejam “narradores da esperança”:

“É esta missão que nos é confiada a nós, gente da comunicação, de dar esperança ao mundo”, afirmou.

O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais Comunicações Sociais, destacando o “espírito de comunhão entre comunicadores do mundo inteiro”, e disse que o desafio a comunicar a esperança é “um apelo muito importante” para Portugal, onde há “conflitos que podem roubar a esperança”.

“Não deixemos de narrar a esperança, de sermos gente de esperança”, afirmou D. Nuno Brás.

Cátia Filipe Silva, neste momento freelancer, afirma que ver “tantos jornalistas reunidos” dá “força para continuar” e é um sinal de que “ainda há muito para fazer”.

Foto Agência ECCLESIA/HM, Cátia Filipe Silva

“O espírito vivido entre grupo foi simplesmente incrível, o trocarmos experiências, o estarmos todos aqui, é das coisas mais bonitas que podemos levar”, afirmou.

Cátia Filipe Silva lembrou que “o Papa falou da comunicação como uma dádiva”, valorizou a atitude da esperança e indicou que é necessário comunicar “com sobriedade”.

António Marujo destacou o que “ficou escrito” e que o Papa “infelizmente não disse”, porque “seria um momento muito importante”, nomeadamente o pedido de “libertação de todos os jornalistas presos no mundo” e a oração “por aqueles que têm sido mortos e assassinados no cumprimento do seu trabalho”.

O diretor do 7 Margens lembrou que o número de jornalistas e missionários mortos “quase sempre se  equivalem”, o revela a sua importância.

“São duas tarefas importantíssimas no mundo, o estar com as pessoas, conhecer as suas histórias. O facto do Papa ter destacado e deixado escrito que devemos homenagear essas pessoas, e concretamente o trabalho que nós fazemos, é uma das coisas que nós levamos daqui também”, afirmou.

Foto Agência ECCLESIA/HM, Imelda Monteiro

Para Imelda Monteiro, que trabalha na comunicação do Instituto das Cooperadores da Família, a participação no Jubileu do Mundo das Comunicações foi uma ocasião para criar “maior consciência” da missão do jornalista, “seja como jornalistas ao serviço da missão da Igreja, como também jornalistas ao serviço da sociedade”.

“Penso que estamos numa altura em que existem muitos produtores de informação e esses produtores também têm grandes audiências, mas não se regem pelas normas deontológicas dos jornalistas. Isso é que nos torna diferentes e faz a nossa missão importante, numa época em que existe tanta desinformação”, sublinhou.

Para o chefe de redação da Agência ECCLESIA, Octávio Carmo, as celebrações jubilares, que reuniram comunicadores de todo o mundo, desafiam a “melhorar a comunicação entre a Igreja e os jornalistas.

Para o vaticanista, é necessário não só que os jornalistas dialoguem entre si sobre “os desafios da profissão”, mas também que a Igreja escute o que os profissionais têm a dizer sobre o trabalho que desenvolvem.

Octávio Carmo disse que seria importante o diálogo, também com o Papa, sobre o que a Igreja espera dos jornalistas, “num mundo em guerra, marcado pela desinformação”.

“Que o Jubileu seja vivido na comunicação social como uma forma de debater o nosso papel, a nossa profissão e aquilo que a Palavra tem a dizer e a iluminar o mundo que está em tremenda convulsão”, afirmou.

O Jubileu do Mundo das Comunicações foi o primeiro grande evento do Ano Santo 2025, o 27.º jubileu ordinário da história da Igreja, tem como tema ‘Peregrinos de Esperança’ e foi proclamado pelo Papa Francisco na bula intitulada ‘Spes non confundit’ (A esperança não engana); teve início no dia 24 de dezembro de 2024, com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro, e termina no dia 6 de janeiro de 2026.

PR

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