Ano da Fé: Papa quer renovar ação da Igreja

Projeto de Bento XVI decorre nos 50 anos da abertura do COncílio Vaticano II

Cidade do Vaticano, 11 out 2011 (Ecclesia) – Bento XVI quer que o Ano da Fé que hoje se inicia faça com que os católicos de todo o mundo assumam “a sua adesão ao Evangelho”, anunciando publicamente a fé num momento de “profunda mudança”.

“Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora um tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até por ser negado”, assinala, na carta apostólica «A Porta da Fé».

Após ter anunciado, em outubro de 2011, um Anod da Fé que vai decorrer de hoje a novembro de 2013, para assinalar os 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II (1962-1965), o Papa explicou neste documento os objetivos da iniciativa.

“Pareceu-me que fazer coincidir o início do ano da fé com o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II poderia ser uma ocasião propícia para compreender que os textos deixados em herança pelos padres conciliares”, justifica Bento XVI.

Na carta apostólica destaca-se que a ação da Igreja deve ter em conta as “muitas pessoas que, embora não reconhecendo em si mesmas o dom da fé, vivem todavia uma busca sincera do sentido último e da verdade definitiva acerca da sua existência e do mundo”.

“Nos nossos dias mais do que no passado, a fé vê-se sujeita a uma série de interrogações, que provêm de uma diversa mentalidade que, particularmente hoje, reduz o âmbito das certezas racionais ao das conquistas científicas e tecnológicas”, aponta ainda.

O Papa apela ao reforço da “caridade” e recorda, nesse sentido, os cristãos que “dedicam amorosamente a sua vida a quem vive sozinho, marginalizado ou excluído, considerando-o como o primeiro a quem atender e o mais importante a socorrer, porque é precisamente nele que se espelha o próprio rosto de Cristo”.

“A fé, precisamente porque é um ato da liberdade, exige também o assumir da responsabilidade social daquilo que se acredita”, precisa.

O «ano da fé» tem início marcado no cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II e vinte anos após a publicação do Catecismo da Igreja Católica, coincidindo com a 13ª assembleia geral do Sínodo dos Bispos, que tem como tema ‘A nova evangelização para a transmissão da fé cristã’.

“Também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé”, escreve Bento XVI.

O Papa sublinha a importância da pertença à Igreja, observando que “o conhecimento dos conteúdos de fé é essencial para se dar o próprio assentimento, isto é, para aderir plenamente com a inteligência e a vontade a quanto é proposto pela Igreja”.

A iniciativa de Bento XVI quer promover um “esforço generalizado em prol da redescoberta e do estudo dos conteúdos fundamentais da fé, que têm no Catecismo da Igreja Católica a sua síntese sistemática e orgânica”.

OC

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