Contemplar e espalhar a ternura do amor de Deus
Neste quarto domingo do Advento, em que já estamos próximos do Natal, os textos da liturgia da Palavra centram-nos na missão de Jesus: propor um projeto de salvação e de libertação que nos leve a descobrir a verdadeira felicidade.
A primeira leitura sugere que o mundo novo que Jesus nos traz, com o nome de Paz, é um dom do amor de Deus.
A segunda leitura indica que a missão libertadora de Jesus visa o estabelecimento de uma relação de comunhão e de proximidade entre Deus e os homens. «Eis-me aqui para fazer a vossa vontade».
Nestes últimos dias em que preparamos o Natal, somos convidados a contemplar a ação de Deus que nos ama de tal forma que envia o seu Filho ao nosso encontro, a fim de nos conduzir à comunhão com Ele. O nosso sim só pode ser de obediência e disponibilidade.
O Evangelho sugere que esse projeto de Deus tem um rosto: Jesus de Nazaré que encarna na nossa humanidade.
E Maria, sua e nossa mãe, aparece como modelo de fé. «Feliz aquela que acreditou». Aí está Maria, mulher de fé e de misericórdia, para nos indicar o caminho. No fecundo encontro com a sua prima Isabel, aponta-nos o caminho da verdadeira peregrinação: ir ao encontro do outro, permanecer nele, junto dele, em plena atitude gratuita. É o mistério profético da visitação do próximo.
Levados pelo exemplo de Maria, sejamos autênticos cristãos. Em vésperas de Natal, sejamos apressados, como Maria: ponhamo-nos a caminho rapidamente! E que algo faça mexer e estremecer em nós: as palavras que nos foram ditas da parte do Senhor, procurando levá-las aos irmãos que vivem sem esperança.
É quase Natal, o de ontem, de hoje e de sempre, permanente convite a contemplar o mistério que acontece perante o nascer da vida. Contemplação também do rosto do pobre em Jesus encarnado e em tantos seres humanos desencarnados.
Estes olhares contemplativos em concreta ação nunca são facultativos. São sempre de obrigação, a tal que nos vem da fé e do acolhimento da Boa Nova, que envolve atenções, visitações e permanências junto do pobre, seja qual for, porque sempre rosto de Cristo.
Ai de nós se não contemplarmos! Que a contemplação do Amor de Deus em tempo de Natal nos faça contemplar os próximos e, sobretudo, os mais afastados com todo o nosso ser e agir.
À semelhança de Maria, procuremos ser sempre anunciadores de boas novas, denunciadores de situações de bradar aos céus e gritar nas terras, visitadores de pessoas que exigem o nosso estar e permanecer, como Maria.
Vivamos um Santo Natal, fecundado pela ternura do amor de Deus, encarnado no seu Filho Jesus Cristo!
Manuel Barbosa, scj
www.dehonianos.org