Ano B – 33.º domingo do tempo comum

Viver na esperança efetiva

Toda a liturgia da Palavra deste 33.º Domingo do Tempo Comum é um convite à esperança, a confiar em Deus libertador, Senhor da história, que tem um projeto de vida definitiva para nós. Ele vai mudar a noite do mundo numa aurora de vida sem fim.

Ver os telejornais, escutar os noticiários ou navegar nas redes sociais é com frequência uma experiência que não nos tranquiliza e até nos deprime. Os dramas da aldeia global que é o mundo entram em nossa casa, sentam-se à nossa mesa, apossam-se da nossa existência, perturbam a nossa tranquilidade, escurecem o nosso coração.

A guerra, a opressão, a injustiça, a miséria, a escravidão, o egoísmo, a exploração e o desprezo pela dignidade da pessoa atingem-nos, mesmo quando acontecem a milhares de quilómetros do pequeno mundo onde nos movemos todos os dias. As sombras que marcam a história atual da humanidade tornam-se realidades próximas, tangíveis, que nos inquietam e nos desesperam. Feridos e humilhados, chegamos a duvidar de Deus, da sua bondade, do seu amor, da sua vontade de salvar o homem, das suas promessas de vida em plenitude.

A Palavra de Deus que hoje nos é servida abre, contudo, a porta à esperança. Reafirma, uma vez mais, que Deus não abandona a humanidade e está determinado a transformar o mundo velho do egoísmo e do pecado num mundo novo de vida e de felicidade para todas as pessoas. A humanidade não caminha para o holocausto, para a destruição, para o sem sentido, para o nada; mas caminha ao encontro da vida plena, ao encontro desse mundo novo em que o homem, com a ajuda de Deus, alcançará a plenitude das suas possibilidades.

Somos chamados a ser testemunhas da esperança. Não devemos ler a história atual da humanidade como um conjunto de dramas que apontam para um futuro sem saída; mas devemos ver os momentos de tensão e de luta que hoje marcam as vidas e a sociedade como sinais de que o mundo velho irá ser transformado e renovado, até surgir um mundo novo e melhor.

Como cristãos, não podemos ser pessoas deprimidas e assustadas, mas pessoas de fé, que caminham alegres e confiantes ao encontro desse mundo novo que Deus nos prometeu. O que se passa na nossa Europa em relação aos refugiados, por exemplo, continua a ser um drama gigantesco, mas mais gigantesca ainda deve ser a nossa atitude solidária de acolhimento e de esperança efetiva. São milhões de cristãos que na Europa praticam o voluntariado. E hoje, Dia Mundial dos Pobres, é uma oportunidade para escutar e acudir o clamor dos pobres e excluídos, em particular os que estão bem perto de nós.

Que assim seja nesta semana, que nos prepara para a grande Festa de Jesus Cristo, o único Rei e Senhor das nossas vidas.

 

Manuel Barbosa, scj
www.dehonianos.org

 

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Agência ECCLESIA

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