Discípulos missionários em Cristo Ressuscitado
A liturgia da Palavra neste terceiro Domingo da Páscoa procura responder a questões essenciais para a fé cristã. Jesus ressuscitou verdadeiramente? Como é que podemos fazer uma experiência de encontro com Jesus ressuscitado? Como é que podemos mostrar ao mundo que Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação?
A primeira leitura apresenta-nos o testemunho dos discípulos sobre Jesus. Em gestos concretos, mostram que Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação. Pedro e João convidam a acolher a proposta de vida que Jesus lhes faz.
A segunda leitura lembra que o cristão, ao encontrar Jesus e aceitar a vida que Ele oferece, tem de viver de forma coerente com o compromisso que assumiu, no reconhecimento da fragilidade que faz parte da realidade humana e num esforço de fidelidade aos mandamentos de Deus.
O Evangelho assegura-nos que Jesus está vivo e continua a ser o centro à volta do qual se constrói a comunidade dos discípulos. É precisamente nesse contexto eclesial – no encontro comunitário, no diálogo com os irmãos que partilham a mesma fé, na escuta comunitária da Palavra de Deus, no amor partilhado em gestos de fraternidade e de serviço – que os discípulos podem fazer a experiência de encontro com Jesus ressuscitado. Centrados nesse encontro, somos convidados a dar testemunho de Jesus diante dos outros homens e mulheres.
O encontro com o Ressuscitado acontece essencialmente na Eucaristia e a partir da Eucaristia, como os discípulos de Emaús que, cheios de alegria pelo encontro com o Ressuscitado, vão contar aos Apóstolos como tinham reconhecido o Senhor quando Ele tinha partido o pão. Recordo o que dizia São João Paulo II: “É precisamente na Eucaristia dominical que os cristãos revivem com uma intensidade particular a experiência feita pelos Apóstolos reunidos na tarde de Páscoa, quando o Ressuscitado se manifestou diante deles”.
Sempre que nos reunimos para celebrar a Eucaristia, em que refazemos o gesto revelador da presença do Ressuscitado, disponhamos do tempo para escutar a Palavra, porque é o próprio Cristo que nos “abre as Escrituras”, como outrora aos discípulos de Emaús.
Que as nossas vidas e comunidades se alimentem sempre da única presença sacramental de Cristo, Palavra e Pão. Que a Eucaristia seja celebrada e assumida nas variadas presenças e encontros quotidianos da nossa vida peregrina. Que as nossas vidas sejam eucaristias permanentes.
Em Cristo Ressuscitado, centro da nossa vida eucarística, sejamos autênticos discípulos missionários.
Manuel Barbosa, scj
www.dehonianos.org