Seguir Jesus Cristo, dar a vida
O Evangelho deste 24.º Domingo do Tempo Comum coloca-nos face a face com Jesus. As suas perguntas provocam uma resposta radical, de adesão ou de rejeição.
Primeira questão: Quem é Jesus? O que é que os homens dizem de Jesus? Muitos dos nossos conterrâneos veem em Jesus um homem bom, generoso, atento aos sofrimentos dos outros, que sonhou com um mundo diferente, um admirável mestre de moral, um admirável condutor de massas, um revolucionário ingénuo e inconsequente. São visões que apresentam Jesus como um homem excecional e admirável, que marcou a história. Mas Jesus é mais que isso: é Deus adorável.
Segunda questão, também decisiva: E vós, quem dizeis que Eu sou? É uma pergunta que deve, de forma constante, ecoar nos nossos ouvidos e no nosso coração. Responder a esta questão não significa papaguear lições de catequese ou tratados de teologia, mas interrogar o nosso coração e tentar perceber qual é o lugar que Jesus Cristo ocupa na nossa existência.
Responder a esta questão obriga-nos a pensar no significado que Jesus Cristo tem na nossa vida, na atenção que damos às suas propostas, na importância que os seus valores assumem nas nossas opções, no esforço que fazemos ou que não fazemos para o seguir.
Quem é Jesus Cristo para mim? A minha resposta de discípulo só pode ser como a de Pedro: «Tu és o Messias». O Messias libertador, que o Pai enviou ao nosso encontro com uma proposta de salvação e de vida plena.
A identidade cristã do verdadeiro discípulo de Jesus constrói-se à volta de Jesus Cristo e da sua proposta de vida. Que nenhum de nós tenha dúvidas: ser cristão é bem mais do que ser batizado, ter casado na igreja, organizar a festa do santo padroeiro da paróquia, ou dar-se bem com o padre.
Ser cristão é, essencialmente, seguir Jesus Cristo no caminho do amor e do dom da vida. O cristão é aquele que faz de Jesus Cristo a referência fundamental à volta da qual constrói toda a sua existência; e é aquele que renuncia a si mesmo e que toma a mesma cruz de Jesus Cristo.
O seguidor de Jesus Cristo não pode viver fechado no seu cantinho, a olhar para si mesmo, indiferente aos dramas que se passam à sua volta, insensível às necessidades dos irmãos, alheado das lutas e reivindicações dos outros homens; mas vive para Deus e na solidariedade, na partilha e no serviço aos irmãos.
Tomar a cruz é amar até às últimas consequências, até à morte. O cristão não tem medo de lutar contra a injustiça, a exploração, a miséria e o pecado. O seguidor de Jesus Cristo é aquele que está disposto a dar a vida para que os seus irmãos sejam mais livres e mais felizes.
Manuel Barbosa, scj
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