Ano A – Domingo de Páscoa da Ressurreição do Senhor

Testemunhas de Cristo ressuscitado

Vivemos hoje a mais importante celebração da nossa fé, a Páscoa da Ressurreição do Senhor. Celebramos e recebemos Cristo, Palavra e Pão, para alimentar as nossas fomes quotidianas. Páscoa é todos os dias, mas este é o Dia por excelência.

Como escutamos a Palavra de Deus neste dia?

A primeira leitura apresenta uma das mais belas caracterizações de Jesus Cristo: “passou fazendo o bem”. Uma passagem de bem pelo mundo, que implica morte e ressurreição, doação total de si mesmo, exigindo aos discípulos que entrem nesta nova dinâmica e anunciem o mesmo caminho de bem a todas as pessoas e em todos os lugares.

A segunda leitura convida os cristãos, revestidos de Cristo pelo Batismo, a continuar a sua caminhada de vida nova até à transformação plena. Aspirar e afeiçoar-se às coisas do alto significa dar sentido ao que somos e fazemos à luz da presença do Senhor que está vivo em nós.

O Evangelho coloca-nos diante de duas atitudes face à ressurreição: a do discípulo obstinado, que se recusa a aceitá-la porque, na sua lógica, o amor total e a doação da vida nunca podem ser geradores de vida nova; e a do discípulo ideal, que ama Jesus e que, por isso, entende o seu caminho e a sua proposta; a esse não o escandaliza nem o espanta que da Cruz tenha nascido a vida plena, a vida verdadeira.

Somos discípulos de Jesus tal como se revela na Palavra, não à nossa maneira. Ser discípulo de Jesus Cristo Ressuscitado implica ser testemunha da ressurreição. Nós não vimos o sepulcro vazio; mas fazemos todos os dias a experiência do Senhor ressuscitado, que anda connosco nos caminhos da história. Porém, o nosso testemunho será oco e vazio se não for comprovado pelo amor e pela doação, as marcas da vida nova de Jesus. Devemos mostrar estas marcas, pois testemunhar é mostrar esta vida nova com entusiasmo e coragem, com convicção e paixão.

Celebremos a Páscoa, no coração da nossa fé, nas fontes do nosso Batismo! Hoje, a Ressurreição de Cristo não pode ser para nós uma espécie de vago sentimento. A Ressurreição de Cristo deve ser o dínamo das nossas vidas de batizados, a energia que nos envia a testemunhar: “Cristo está vivo! Nós encontrámo-l’O!”

Somos chamados a viver a presença do Ressuscitado, diante de tantas situações em sentido contrário. Somos levados a anunciar Cristo vivo em atitudes e gestos solidários, plenos de esperança e de doação. Assim seja o nosso tempo pascal, vivido e celebrado na continuidade do tempo quaresmal. Sempre conduzidos e orientados pela Palavra de Deus!

 

Manuel Barbosa, scj

www.dehonianos.org

 

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