Ano A – 4.º Domingo do Advento

Acolher o Deus connosco

O Evangelho do quarto domingo do Advento apresenta Jesus como a encarnação viva do Deus connosco. Contém um convite implícito a acolhermos de braços abertos a proposta de salvação que Ele traz e a deixarmo-nos transformar por ela.

No episódio de hoje temos, não uma descrição de factos históricos, mas uma catequese sobre Jesus. Fundamentalmente, procura-se mostrar que Jesus, o Messias, vem de Deus, isto é, a sua origem é divina. Procura-se ensinar qual será a missão de Jesus: o nome que Lhe é atribuído mostra que Ele vem de Deus com uma proposta de salvação para toda a humanidade.

A figura de José desempenha aqui um papel relevante. Pela sua obediência, a quem o anjo se dirige como o filho de David, realizam-se os planos e as promessas de Deus ao seu Povo.

A festa do Natal que se aproxima deve ser o encontro de cada um de nós com Deus que vem ao nosso encontro, um encontro que só será possível se tivermos o coração disponível para O acolher e para abraçar a proposta que Ele nos faz.

O Natal é com frequência a festa pagã do consumismo, das prendas obrigatórias, da refeição melhorada, das tradições familiares que têm de ser respeitadas mesmo quando não significam muito.

Nós, cristãos, devemos cuidar para celebrar o Natal no nosso coração, não à maneira pagã mas como verdadeiro encontro com Deus libertador, cuja proposta de salvação estamos interessados em escutar e acolher. Mais ainda: no esbanjamento, na opulência, no desperdício, podemos cometer autênticos atentados e pecados a tantos pobres e excluídos de bens essenciais para viver ou sobreviver. E se calhar fazemos isso olhando para a simplicidade e a pobreza do presépio…

As figuras de Maria e de José aí estão para nos apelar à essência das coisas para quem prepara o Natal como deve ser: escutar os apelos de Deus, responder com um sim de disponibilidade total, de forma gratuita e sem fins lucrativos.

Deus está sempre a dar-nos sinais quotidianos, mas nós procuramos muitas vezes do lado do extraordinário. Raramente Deus está no extraordinário. O sinal que Ele nos oferece é o de uma família humana, como as nossas, em que Ele se faz corpo para ser “Deus connosco”.

Que espaço Lhe abrimos nas nossas vidas de homens e de mulheres para que o Sinal Admirável da sua Presença e do seu Amor seja legível para todos os que O procuram hoje?

Só com o coração aberto a Deus poderemos acolher os irmãos. Só deixando que Deus seja Natal nas nossas vidas poderemos ser Natal para os outros. Nem mais! Mãos à obra nestes dias que restam antes de celebrar o Natal de Jesus!

Manuel Barbosa, scj
www.dehonianos.org

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