Aceitar o convite para o banquete
A liturgia do 28.º Domingo do Tempo Comum utiliza a imagem do banquete para descrever o mundo de felicidade, de amor e de alegria sem fim que Deus quer oferecer a todos os seus filhos.
Jesus compara Deus seu Pai a um rei que celebra as bodas do seu filho: nada é mais belo para a festa, e os convidados são numerosos, mas eles declinam o convite, encontrando desculpas, algumas que vão até a maltratar e a matar os que fazem o convite.
O rei poderia resignar-se, mas não. Quer que todos tenham recebido o convite, «os maus e os bons». Deus convida sempre e convida todos: «felizes os convidados para a Ceia do Senhor». E espera uma resposta. Portanto, a questão decisiva não é se Deus convida ou não; mas se aceitamos ou não o convite de Deus para o banquete do Reino.
Os convidados que não aceitaram o convite representam aqueles que estão demasiado preocupados em conquistar os seus cinco minutos de fama, ou a impor aos outros os seus próprios esquemas e projetos, ou a explorar o bem-estar que o dinheiro lhes conquistou e não têm tempo para os desafios de Deus.
Os convidados que não aceitaram o convite representam também aqueles que estão instalados na sua autossuficiência, nas suas certezas, seguranças e preconceitos e não têm o coração aberto e disponível para as propostas de Deus. Até podem ser pessoas sérias e boas, que se empenham na comunidade cristã e que desempenham papéis fundamentais na estruturação dos organismos paroquiais. Mas sabem tudo sobre Deus, já construíram um deus à medida dos seus interesses, desejos e projetos, e não se deixam questionar nem interpelar. Os seus corações estão talvez fechados à novidade de Deus.
Os convidados que aceitaram o convite representam todos aqueles que, apesar dos seus limites e pecados, têm o coração disponível para Deus e para os desafios que Ele faz. Percebem os limites da sua miséria e finitude e estão permanentemente à espera que Deus lhes ofereça a salvação. São humildes, pobres, simples, confiam em Deus e na salvação que Ele quer oferecer a cada homem e a cada mulher e estão dispostos a acolher os desafios de Deus.
Na segunda leitura, Paulo apresenta-nos a comunidade de Filipos como exemplo concreto de uma comunidade que aceitou o convite do Senhor e vive na dinâmica do Reino. É generosa e solidária, verdadeiramente empenhada na vivência do amor e em testemunhar e anunciar o Evangelho a todos e em toda a parte.
Que assim seja nas nossas vidas, famílias e comunidades, ao longo desta semana, que é também de oração em preparação da celebração do Dia Mundial das Missões no próximo domingo.
Manuel Barbosa, scj
www.dehonianos.org