O Seminário Maior de Nossa Senhora de Fátima, no Funchal, está a celebrar 50 anos de existência. O aniversário reuniu ontem antigos alunos e actuais seminaristas, à volta do Bispo diocesano, num encontro que incluiu conferências, uma missa e um almoço de confraternização. Ponto alto do evento foi a bênção da imagem de Nossa Senhora de Fátima nos jardins centrais do edifício inaugurado a 29 des Junho de 1958. Muitos foram os que passaram pelo Seminário Maior do Funchal, ao longo dos últimos 50 anos. Mas, mais do que os números, a memória do passado e os desafios para o futuro lembram a importância desta instituição para a vida social e eclesial da nossa diocese, disse D. António Carrilho aos jornalistas. “Não podemos esquecer quantos padres foram aqui formados ao longo destes anos e quantos outros jovens receberam, neste Seminário, formação humana, formação de fé e intelectual, para a sua vida”. Considerado o “coração da diocese”, exige-se por isso que o “Seminário seja prioritário na atenção do Bispo diocesano” e que a sua acção esteja “adequada às exigências e necessidades actuais”. Daí que, apesar dos seus muitos anos, “seja sempre um projecto de futuro. Temos que apostar nele porque a nossa diocese precisa, não só para ter mais padres, mas padres que correspondam aquilo que a vida social e eclesial das pessoas exige de todos nós”, referiu. «Arautos da Mensagem de Fátima» A aquisição do edifício onde, desde 1958, se encontra o actual Seminário do Funchal, deve-se a D. David de Sousa, então Bispo da diocese, que logo o consagrou a Nossa Senhora de Fátima, recorda ainda D. António Carrilho. “Nossa Senhora de Fátima é a Padroeira do nosso Seminário Maior. Como escreveu D. David de Sousa, há cinquenta anos, ‘o Seminário é dedicado a Nossa Senhora de Fátima, a fim de que Ela, a Senhora de Fátima confie ao cuidado e ao zelo filial dos seminaristas a mensagem evangélica de Jesus e a mensagem de oração e de penitência por Ela mesma entregue aos homens na Cova da Iria. Como no Cenáculo para os Apóstolos, seja Ela no Seminário (…) para os Seminaristas: luz, calor, força, coragem, amparo, confiança, conforto, certeza, intrepidez’ …” (v. também Nota Pastoral de 13 de Maio de 2008). “D. David desejava que os formados no Seminário fossem arautos da mensagem de Fátima”. Em sinal de consagração renovada e como testemunho de adesão a esta causa, procedeu-se também ontem à bênção de uma Imagem de Nossa Senhora de Fátima. “É uma marca que fica destes 50 anos, com a densidade de mensagem que encerra. O Seminário é uma verdadeira escola de apóstolos”, sublinhou o Bispo do Funchal, também Reitor do Seminário diocesano. Mais qualidade contraria relativismo No campo das vocações sacerdotais, no último século, foram “muitos os chamados”, tendência que já não se verifica tanto hoje. “O Seminário foi durante muito tempo o lugar de estudo para muita gente e agradecemos a todos quantos passaram por aqui e que, mesmo não chegando a sacerdotes, desempenham diversos serviços na nossa sociedade”, disse por seu lado o cónego José Fiel de Sousa. As vocações, hoje, já não são em grande número devido, em parte, ao “relativismo da vida”; Além disso, a “motivação hoje é diferente, a aposta é na qualidade e não na quantidade”. Quanto aos desafios para o futuro, o actual vice-reitor do Seminário recorda que “esta casa foi adquirida no dia de S. Paulo (29 de Junho de 1958)”. Daí que “os desafios sejam o ardor de S. Paulo, o amor apaixonado pela Palavra de Deus, para que depois a possamos transmitir e a vida da Igreja seja melhor”, afirmou. A diocese do Funchal tem, neste momento, 23 jovens seminaristas: 13 no Seminário Maior de Nossa Senhora de Fátima e 10 no Seminário dos Olivais em Lisboa.