Angra: Romaria Escolar mobilizou alunos de várias escolas, alguns «pela primeira vez»

«Vim para me aproximar de Deus e acho que estou a conseguir através da oração, por mim, pelos meus familiares e por todos os que estão próximos», salientou a estudante Lara Medeiros

Foto: Igreja Acores/CR

Angra do Heroísmo, Açores, 06 abr 2025 (Ecclesia) – A XXI Romaria Escolar da Diocese de Angra mobilizou 75 pessoas, muitos jovens em idade e “pela primeira vez”, este sábado, numa iniciativa do Serviço Diocesano da Pastoral Escolar com a comunidade escolar.

“A Romaria Escolar, a exemplo das romarias quaresmais, vieram para ficar. Este ano temos alunos de várias escolas, que vieram pela primeira vez e que são mais novos do que o habitual”, explicou o subdiretor do Serviço Diocesano da Pastoral Escola de Angra, o professor Bento Aguiar, ao sítio online ‘Igreja Açores’.

‘Peregrinos na Esperança’, no contexto do Ano Santo 2025, o 27.º jubileu ordinário da Igreja Católica, foi o tema da XXI Romaria Escolar, que se realizou pela 21ª vez, e foi organizada pelo Serviço Diocesano da Pastoral Escolar.

“Vim para me aproximar de Deus e acho que estou a conseguir através da oração, por mim, pelos meus familiares e por todos os que estão próximos de mim”, disse a estudante Lara Medeiros, do Faial da Terra.

“Está a ser uma experiência incrível e espero voltar”, acrescentou a jovem, que participou com a amiga Doriana Cabral porque a “professora de Educação Moral e Religiosa Católica” incentivou.

Os romeiros saíram às 06h00 locais, da Escola Secundária das Laranjeiras, em Ponta Delgada, com destino ao Santuário do Senhor Santo Cristo, a Igreja Jubilar de São Miguel, onde terminou com a celebração da Eucaristia, às 15h30; o percurso passou pela Fajã de Baixo, Fajã de Cima, Arrifes, Relva, Santa Clara e São José.

Martim Morais, da Escola Secundária Domingos Rebelo, em Ponta Delgada, participa na Romaria Escolar há cinco anos e afirma que “é uma oportunidade de confraternização mas sobretudo de reflexão sobre a nossa vida”.

“Nós rezamos, eu rezo pelos que já partiram para que descansem em paz”, disse o jovem que este ano, se sente um verdadeiro “Peregrino na Esperança”, e pede que “as tensões que o mundo vive possam ser aliviadas”.

Participar “numa caminhada de fé e de esperança, com a possibilidade de encontrar outras pessoas a quem se unem na oração é muito gratificante”, realçou a professora Joana Medeiros, da Povoação e Furnas.

A Romaria Escolar contou, mais uma vez, com o apoio dos romeiros de São Pedro no percurso, Raúl Medeiros, ‘mestre’ do Rancho da Romaria Escolar, afirmou que “embora diferente também permite uma transformação na forma de olhar para Deus”

“É uma romaria diferente das outras que os ranchos fazem, mas ao longo do dia passam-se todas as etapas de uma romaria, com muitos sentimentos, vivências e partilhas que nos levam à verdadeira romaria interior, de encontro connosco e com Deus. Eles (os jovens) não precisam de tanto tempo como nós para se entregarem e isso é muito gratificante”, acrescentou o romeiro.

Raúl Medeiros, procurador das Almas do rancho de Romeiros de São Pedro (Ponta Delgada), que não é a primeira vez que orienta a Romaria Escolar, salienta que “são muito genuínos na sua maneira de ser e de comunicar”, e isso leva-os ao essencial da romaria, referindo que na saída há poucos pedidos, mas, “ao fim da segunda ou terceira paragem, mudam e ninguém pede por si”.

“É muito comovente ver crianças a passar por dificuldades tão grandes quantas as que estão na base dos pedidos e que por detrás dos seus sorrisos não conseguimos imaginar; muitas  estão a viver situações muito duras como doenças, dificuldades, violência mas em vez de se questionarem porque é que isso lhes está acontecer pedem a Deus que as ajude”, desenvolveu, salientando que olham para Deus como “alguém a quem confiam a sua dor”.

O professor Bento Aguiar destacou que “o envolvimento da comunidade educativa é fundamental” na realização da Romaria Escolar, e acrescentou que “o papel dos professores, sobretudo de Educação Moral e Religiosa Católica, é fundamental”.

“São eles que estão na base da divulgação, da sensibilização e até da preparação da romaria dado que o tema da Quaresma é um dos conteúdos programáticos da disciplina. Sem este empenho não seria possível realizar esta romaria”, desenvolveu o responsável, salientando a presença de professores na romaria.

A Romaria Escolar 2025, que teve a participação de  alunos de várias escolas da ilha de São Miguel, começou em 2002 com um desafio, “certamente colocado pelo Altíssimo” a uma turma de desporto, na Escola Secundária das Laranjeiras, a professora Gabriela Canotilho, foi uma das percursoras desta organização, com o marido, também docente de Educação Física.

“A escola somos todos nós e a escola  é o que cada comunidade educativa quiser. Se nós temos esta tradição, não sei porque haveremos de ter vergonha de a viver e de a celebrar. Nós estamos a rezar uns pelos outros, estamos a fazer o bem e, por isso, esta romaria tem muito sentido”, salientou Gabriela Canotilho, que continua a participar na Romaria Escolar.

A XXI Romaria Escolar terminou com a Eucaristia, presidida pelo diretor do Serviço Diocesano da Pastoral Escolar, cónego Adriano Borges, na Igreja Jubilar de São Miguel; a partir da liturgia deste 5º Domingo da Quaresma, o encontro de Jesus com a mulher adúltera, afirmou que a “única atitude de um cristão é ser misericordioso como Jesus foi, mesmo diante de quem erra e todos erramos”, informa o portal online ‘Igreja Açores’.

CB

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