Angra: «O futuro está nas mãos de cada um, dos mais novos e dos mais velhos», destacou D. Armando Esteves Domingues, na primeira visita pastoral à Graciosa

Conselho Pastoral da Graciosa assumiu compromisso de promover «uma maior comunhão eclesial», fortalecer «a escuta ativa, o diálogo e a participação»

Santa Cruz da Graciosa, Açores, 24 fev 2025 (Ecclesia) – O bispo de Angra incentivou as comunidades da Graciosa a continuarem “juntos”, no final da primeira visita pastoral à ilha, e afirmou que o “futuro está nas mãos de cada um, dos mais novos e dos mais velhos”, este domingo.

“A ilha é pequena e todos se conhecem. Enche a alma quando vamos a uma casa onde os idosos cantam e declamam e estão felizes; quando entramos numa igreja ou numa ermida e tudo está cuidado; quando vemos que os jovens participam. Continuemos juntos”, disse D. Armando Esteves Domingues, este domingo, na Eucaristia de encerramento da visita pastoral, divulga o Serviço Diocesano das Comunicações Sociais de Angra, na informação enviada à Agência ECCLESIA.

O bispo de Angra, que realizou a primeira visita pastoral à ilha Graciosa, de 14 a 23 de fevereiro, destacou que “a vida se faz em igreja: passo a passo, grão a grão”, e que o “futuro está nas mãos de cada um, dos mais novos e dos mais velhos”, afirmando que o caminho é em “conjunto”.

A Graciosa, a segunda ilha mais pequena da Diocese de Angra, “tem pouco mais de quatro mil habitantes”, dois padres, Ruben Pacheco e João Paulo Brasil, para as quatro paróquias e três curatos, a Cáritas e o CNE – Corpo Nacional de Escutas – dois agrupamentos, Santa Cruz e Guadalupe – são “os dois movimentos mais fortes”.

“Esta visita foi uma oportunidade de ouro para dizer que todos estão implicados e se aqui ainda é o futuro, a verdade é que em muitos sítios já acontece o protagonismo dos leigos e este é o futuro da Igreja”, disse o padre Ruben Pacheco, que acredita que com formação terão “muitos leigos empenhados em dar o seu melhor à Igreja”.

O padre João Paulo Brasil está há mais de 20 anos na ilha Graciosa, onde é também professor da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), e destacou a necessidade de se continuar a fazer trabalho pastoral em áreas chave como a família, a catequese ou o apoio aos mais vulneráveis, informa o portal online ‘Igreja Açores’.

A visita pastoral do bispo de Angra às comunidades da Graciosa realizou-se de 14 a 23 de fevereiro, foi interrompida durante as Jornadas de Formação do Clero (dias 18 a 20); o responsável diocesano encontrou-se com representantes de várias instituições, com jovens e crianças da catequese, participou em atividades de campo com lobitos e exploradores dos escuteiros, celebrou nos lares das duas misericórdias, e presidiu ao Sacramento do Crisma.

D. Armando Esteves Domingues, por exemplo, crismou 40 jovens e adultos, no sábado, em Santa Cruz da Graciosa, onde pediu aos açorianos que sejam “caridosos” e “generosos” na oração pela saúde do Papa Francisco – “que tem gasto a sua vida a anunciar o evangelho, sempre de forma renovada, semeando palavras de paz e clamando por mais justiça e igualdade no mundo, entre os povos” -, e, crismou 10 jovens e um adulto, este domingo, na Vila da Praia.

“A Igreja hoje é muito diferente e não voltará a ser o que era. Por isso, seria necessário que nos conselhos, órgãos de exercício de sinodalidade, houvesse a preocupação de integrar jovens, cada vez mais jovens”, salientou o bispo de Angra, na Vila da Praia.

D. Armando Esteves Domingues pediu também aos jovens que “digam não a esta cultura do descarte” do mundo de hoje, exemplificou que há muitos pais que não têm filhos para cuidarem deles, e pediu que ajudem a humanizar esta sociedade, a fazer “a diferença”.

Foto: Igreja Açores/Carmo Rodeia

O Conselho Pastoral da Ouvidoria da Graciosa assumiu um compromisso, com nove pontos, apresentado este domingo, dia 23 de fevereiro, na Missa de encerramento da visita pastoral do bispo de Angra, onde os conselheiros tomaram posse, em Santa Cruz.

“Em sintonia com a caminhada da Igreja em chave sinodal, assume o compromisso de promover uma maior comunhão eclesial, fortalecendo a escuta ativa, o diálogo e a participação de todo o Povo de Deus. Inspirados pelo desafio do Papa Francisco a sermos uma Igreja que caminha unida, acolhemos este tempo de renovação como uma oportunidade para crescer na corresponsabilidade, na missão e no discernimento comunitário”, lê-se no documento enviado à Agência ECCLESIA.

O Conselho Pastoral da Graciosa quer consolidar a vida da ouvidoria com dois padres e leigos que, “pouco a pouco, se assumam como coordenadores dos diversos setores da pastoral” – anúncio, (catequese e evangelização feita articuladamente com as famílias, os jovens e os catequistas); caridade (pastoral sócio-caritativa e missão) e celebração (Liturgia: grupos de leitores, de acólitos e grupos corais) –, “valorizar e dar protagonismo aos órgãos sinodais”.

Na ilha Graciosa, a Igreja Católica quer também “assumir a urgência da formação de leigos para o exercício de ministérios laicais nas paróquias”, que os Ministros Extraordinários da Comunhão (MEC´s) que possam também presidir a Celebrações da Palavra na ausência de presbítero, e “dar especial atenção ao acompanhamento de jovens” (em ligação ao Serviço Diocesano à Juventude) e às famílias (promovendo os CPM’s e Movimentos familiares)”.

Em perspetiva sinodal, na Ouvidoria da Graciosa, o Conselho Pastoral conclui que querem “construir pontes, fortalecer os laços fraternos e dar voz a todas as realidades e sensibilidades” da comunidade, confiantes de que “escuta mútua e na unidade” refletem melhor “o rosto de Cristo”.

CB/OC

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