Doces e licores tradicionais caseiros marcam tradição nos Açores
Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, Açores, 24 dez 2017 (Ecclesia) – Na Diocese de Angra o tempo do Natal é marcado por presépios característicos, “tradição viva no mundo rural”, e pelas ‘mijinhas do Menino’, por isso, nas cidades do arquipélago dos Açores a pergunta mais frequente é “o Menino mija?”.
“Para mim é a quadra mais bonita do ano. Fui criado neste ambiente e por isso é-me familiar esta tradição”, afirmou Hernâni Rocha, do Grupo de Reises da Fonte Bastardo, na Ilha Terceira, que desde 2006 no dia de Reis, 6 de janeiro, desfila pelas principais ruas da cidade cantando e bebendo nas casas dos amigos.
No Semanário digital ECCLESIA, Carmo Rodeia, da comunicação da Diocese de Angra, explica que a tradição do Natal açoriano ‘O Menino mija?’ junta “grupos em peregrinação” por casas de amigos e familiares e constitui “um símbolo do património etnográfico do arquipélago”.
Entre hoje, 24 de dezembro, e 6 de janeiro, os convivas antes de entrarem nas casas perguntam se “o Menino mija?” para provarem doces e licores tradicionais caseiros – de amora, tangerina, leite ou café – que estão sempre nas mesas das casas nesta época do ano.
Os “Altarinhos do Menino Jesus”, que “muitas vezes surgem em alternativa ao presépio”, é outra tradição açoriana à qual se junta, sobretudo na Ilha de São Miguel, o armar a ‘Lapinha’ que é um presépio “em miniatura sobre rochas” e ornamentado com materiais da terra e do mar com “figurinhas em miniatura”, de barro e pintadas à mão, que representam quadros da vida de Jesus.
Nove dias antes do dia 25 de dezembro, “um pouco por todo o arquipélago”, começa a preparação espiritual para o Natal, com as Novenas do Menino Jesus.
Carmo Rodeia destaca que o Natal é, “sem dúvida, tempo de tradições nos Açores, ilhas de grande religiosidade”, e há quem participe na Missa do Galo, em São Carlos, na Ilha Terceira, “há meia dúzia de anos” as crianças da Catequese celebram a Missa do Galito e no Faial, celebram também a Missa da Aurora, antes de o sol nascer no dia 25.
O dossiê da mais recente edição do Semanário ECCLESIA, é dedicada ao Natal em todas as dioceses de Portugal e às suas muitas configurações de norte a sul, continente e ilhas.
CB