Angra: «Há uma necessidade de o povo estar próximo do bispo», referem responsáveis do clero

Sacerdotes partilham a «alegria» e a «esperança» com a entrada do novo bispo diocesano

Foto: Lusa

Angra do Heroísmo, Açores, 14 jan 2023 (Ecclesia) – Os sacerdotes da Diocese de Angra responsáveis pelas Ouvidorias da Povoação, de Fenais da Vera Cruz (São Miguel), da Graciosa, e do Pico identificaram expectativas e desafios, partilhadas com a “alegria” e a “esperança” da chegada de um novo bispo.

O desemprego, a violência doméstica, as dependências, são preocupações na Ouvidoria (conjunto de paróquias) de Fenais da Vera Cruz, na costa norte da ilha de São Miguel, e para as quais “a Igreja tem de oferecer uma resposta”, disse o padre Carlos Simas, ao portal online diocesano ‘Igreja Açores’.

O sacerdote explicou que querem convidar o bispo de Angra para “estar” com as comunidades e “conhecer a realidade”, salientando que “há uma necessidade do povo estar próximo do bispo”, adiantando que espera do novo responsável diocesano “empatia” e “afetos”.

  1. Armando Esteves Domingues, de 65 anos, foi nomeado como bispo da Diocese de Angra, pelo Papa no dia 4 de novembro de 2022.

A entrada solene do 40.º bispo de Angra está marcada para as 17h00 (18h00 em Lisboa), na Catedral diocesana, depois da tomada de posse perante o Colégio de Consultores, organismo representativo do clero.

“O que esperamos aqui na Povoação (São Miguel, ndr) são questões transversais a todos os crentes: Que venha em nome do Senhor e que nos faça sentir o seu coração de pai espiritual; que conheça a nossa realidade e que nos dê uma orientação mais específica sobre o que é a caminhada sinodal; que nos ajude nos novos modelos de evangelização”, explicou o ouvidor local.

Para o padre André Resendes, a evangelização é prioritária, recorda que “o tempo é de sinodalidade” mas cada ilha, cada comunidade “tem o seu ritmo e isso tem de ser respeitado”, desejando “mais atenção” do novo bispo, cuja chegada “é um sinal de esperança, um novo alento”, para com os padres

Na ilha Graciosa, o padre Júlio Alexandre Rocha identificou o “serviço” e a formação” dos leigos como principais desafios da “ouvidoria pequena com poucos agentes pastorais”.

“Mais do que expectativas o que eu e os meus colegas na Graciosa queremos é não defraudar as expectativas que ele possa ter por nós como pastores”, disse ao sítio online ‘Igreja Açores’.

O padre Júlio Alexandre Rocha sublinhou que na Ouvidoria da Graciosa estão “ao serviço dos projetos” que o novo bispo da Diocese de Angra levar e com o “desafio de fazer o que Deus quer através das suas orientações”.

No Pico, o padre Marco Martinho afirmou que a chegada “do novo bispo deve ser encarada com alegria”, após um ano de sede vacante”, é “um momento de esperança”, e pede aos cristãos que se “comprometam” neste caminho de renovação da Igreja no Arquipélago dos Açores.

“Colocamos as nossas esperanças no Senhor Bom Jesus para que através deste instrumento que é D. Armando possa ser operada uma renovação da nossa Igreja”, acrescentou o ouvidor eclesiástico da ilha do Pico e reitor do Santuário do Senhor Bom Jesus Milagroso.

A Diocese de Angra encontrava-se em sede vacante há mais de um ano, desde 21 de setembro de 2021, com a saída de D. João Lavrador que foi nomeado pelo Papa como bispo de Viana do Castelo.

CB/OC

 

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