«Peço a Deus que nos dê a graça de vermos comunidades vivas» – D. Armando Esteves Domingues

Angra do Heroísmo, Açores, 04 nov 2025 (Ecclesia) – O bispo de Angra presidiu ao Dia da Igreja Diocesana, nos 491 anos da criação desta diocese, e afirmou que são “protagonistas deste projeto nunca acabado de construção de comunidades vivas e dinâmicas”, esta segunda-feira, na Sé.
“Pela palavra escutada, peço a Deus que nos dê a graça de vermos comunidades vivas, à semelhança da descrita nos Atos dos Apóstolos. Peço-o para cada paróquia”, disse D. Armando Esteves Domingues, na homilia enviada à Agência ECCLESIA, esta segunda-feira, dia 3 de novembro.
No Dia da Igreja Diocesana, onde celebram os 491 anos da Diocese de Angra, “ainda em pleno ano jubilar e com os olhos na eternidade” para onde peregrinam com esperança, o bispo diocesano, ao clero e alguns leigos das duas Ouvidorias (conjunto de paróquias) da ilha Terceira, explicou que a “escuta do ensinamento dos apóstolos, a comunhão, o partir do pão”, são ações que os veem “unidos antes de tudo ao redor do altar”, mas para partirem dali “renovados”.
“Ficaremos fechados em nós mesmos se esquecermos que a Paróquia, hoje mais do que nunca, deve ter uma visão sobre si mesma, sobre como faz o anúncio da fé, como forma discípulos e como assume um estilo missionário que a faz estar sempre “em saída” para dialogar com o mundo. A paróquia já não é apenas o lugar onde a fé se conserva, mas de onde se anuncia”, salientou.
Dirigindo-se também aos “irmãos e irmãs” que celebravam este aniversário “nas igrejas jubilares” das restantes ilhas do Arquipélago dos Açores, ou nas igrejas principais das respetivas ouvidorias, D. Armando Esteves Domingues a estes “missionários da esperança” indicou que são protagonistas do “projeto nunca acabado de construção de comunidades vivas e dinâmicas”, unidos aos párocos e outros religiosos ou leigos coordenadores de serviços: na Liturgia, na catequese, no ensino da Moral e Religião nas Escolas, no serviço caritativo para que “não haja necessitados entre nós, na comunicação da fé através da palavra, da imagem e da cultura”.

‘Como anunciar, hoje?’, é uma questão para este ano pastoral 2025/2026, o bispo da Diocese de Angra lembrou que ‘Cristão que dizes de ti mesmo’ é o lema para este primeiro ano do triénio pastoral, onde querem olhar para as paróquias com os seus Conselhos Paroquiais, “o espaço de vida sinodal e fraterna por excelência”, e questionarem-se ‘que digo de mim e da vida da minha comunidade?’
D. Armando Esteves Domingues destacou também a sua primeira Carta Pastoral, escrita para este primeiro triénio dos próximos nove anos, intitulada ‘Batizados na Esperança’, e alertou que correm “o risco” de se acomodarem “ao exagerado peso social, de reduzir os sacramentos a momentos de “festa”, perdendo o dom da graça que se recebe e muda a vida”.
O Projeto Pastoral Diocesano de Angra até 2034, as celebrações dos 500 anos da diocese, vai ser desenvolvido em três triénios, a partir deste ano pastoral: Anúncio (2025-2028); Caridade (2028-2031); Celebração (2031-2034).
Na homilia, o bispo de Angra anunciou a nomeação oficial da “nova Comissão Histórica para o estudo da vida de Madre Teresa da Anunciada”, a religiosa clarissa do século XVII associada à origem do culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres, no final do trabalho vão decidir “se e como avançar para o processo diocesano”, e recordou que há um ano, no Dia da Igreja Diocesana 2024, anunciaram o término do processo diocesano para a canonização da Serva de Deus Maria Vieira, processo que foi entregue no Vaticano, no dia 25 de fevereiro deste ano de 2025.
A Diocese de Angra foi criada pelo Papa Paulo III, através da bula Aequum reputamus, de 5 de novembro de 1534, abrange todo o arquipélago dos Açores, uma superfície total de 2243km2, dispersa por nove ilhas, e tem a sua sede na cidade de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.
CB/OC
