«Sois um livro onde se podem ler as boas ações», disse D. Armando Esteves Domingues, aos escuteiros açorianos
Angra do Heroísmo, Açores, 26 ago 2025 (Ecclesia) – O bispo de Angra afirmou que os escuteiros são “um livro onde se podem ler as boas ações”, na sessão dos 100 anos do movimento católico nos Açores, organizada pela Junta Regional do Corpo Nacional de Escutas (CNE).
“Bela a vossa escola, que belo este movimento. Cada um nos núcleos é um exército de homens e mulheres que não esperam nada; sois um livro onde se podem ler as boas ações”, disse D. Armando Esteves Domingues, esta segunda-feira, 25 de agosto, citado pela página na internet ‘Igreja Açores’.
O bispo de Angra, na sessão realizada na sede da Junta Regional dos Açores, em Belo Jardim, na ilha Terceira, afirmou que o “escutismo é uma escola na sociedade”, e fazem parte da “mesma rede que é a humanidade”.
O chefe da Junta Regional dos Açores dos CNE destacou o papel deste movimento como “escola de vida”, salientando que o escutismo no arquipélago vai muito além das atividades semanais.
“O escutismo açoriano tem sido uma escola de vida onde cada jovem aprende a servir, a ser útil, a respeitar a natureza e a viver valores que resistem ao tempo”, explicou o chefe regional João Tavares.
O escutismo católico nos Açores conta com 70 agrupamentos e 3200 jovens e adultos, e, segundo o chefe regional, são “amigos, leais, alegres e irmãos”.
“Fico de alma cheia quando encontro um escuteiro a quem trato sempre por irmão. É bom quando é assim”, acrescentou D. Armando Esteves Domingues, que foi o assistente diocesano dos escuteiros na Diocese de Viseu, de onde é natural.
Com o lema ‘semear a esperança’, as comemorações/celebrações principais dos 100 anos do escutismo nos Açores realizaram-se de 22 a 25 de agosto, com diversas atividades pedagógicas e de convívio para cerca de 500 escuteiros de todas as ilhas do arquipélago; e foi descerrada uma placa comemorativa na sede da Junta Regional, na Praia da Vitória.
A escuteira Bruna Ferreira afirmou que celebram “não só um século de história, mas o próprio caminho”, segundo esta caminheira o escutismo é uma forma “de estar, de viajar, de aprender e de formar cidadãos conscientes”, por isso, honram o legado e continuam “a escrevê-lo”.
O jovem pioneiro Daniel Medeiros encontrou “valores e uma forma de viver” no escutismo, movimento que lembra que “o verdadeiro caminho faz-se em comunidade”, e “servir, liderar e deixar marca” é o que os move.
O chefe nacional do CNE realçou que lembravam todos os dirigentes que “deixam tudo para cuidar dos filhos dos outros”, porque “o escutismo não existiria sem o apoio da Igreja e das entidades” que os acompanham.
“Hoje, aos escuteiros, que sopram cem velas, recordo: nunca se esqueçam que o escutismo existe porque vocês cá estão. A nossa missão é deixar o mundo e também a nós próprios um pouco melhores”, disse Ivo Faria.
Nesta sessão solene estiveram representantes também da sociedade civil, como a presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Vânia Ferreira, o secretário Regional da Agricultura e Alimentação, em representação do Governo Regional
“O CNE é um ativo fundamental na prevenção e segurança das nossas sociedades, no respeito pela natureza e na ecologia integral, começando pelo cuidado da casa comum; É uma verdadeira escola de cidadania e de humanismo, onde se aprende o valor da partilha, da solidariedade e do perdão” assinalou o secretário regional António Ventura.
O portal diocesano ‘Igreja Açores’ informa que foi lançado também um selo comemorativo do centenário dos escuteiros nos Açores, desenhado pela escuteira Inês Medeiros, uma parceria entre os CTT e o Núcleo Filatélico de Angra.
CB/PR
![]() A Junta Regional dos Açores do Corpo Nacional de Escutas celebrou também os 100 anos deste movimento com uma Missa, presidida pelo assistente nacional do CNE, no domingo, dia 24 de agosto, na Sé de Agra. “Celebramos 100 anos de muita coisa boa, mas olhamos para os próximos cem anos e queremos viver ainda melhor o Evangelho”, disse o padre Daniel Nascimento, na celebração, citado pelo ‘Igreja Açores’. Segundo o assistente nacional do CNE, o chamamento universal do escutismo e da fé cristã radica no “ir mais além”, e desafiou os cristãos, e os escuteiros em particular, a serem construtores de “pontes e de novas estradas”. A partir da liturgia deste domingo, do Evangelho e da imagem da porta estreita, apresentada por Jesus, o sacerdote da Diocese de Setúbal acrescentou que o caminho do cristão e do escuteiro exige “esforço, humildade e empenho”, Jesus que é a porta convida-os “a passar para outro espaço”, num “convite à humildade”.
Na celebração, o padre Moisés Rocha, assistente da Junta Regional dos Açores do CNE, partilhou palavras de gratidão, recordando todos os dirigentes e jovens que serviram esta causa ao longo do último século. “Demos graças recordando todos os que aqui passaram, tantos que deram a sua vida ao serviço desta causa. Vamos continuar a semear muita esperança nestas nove ilhas. O tempo passa depressa, também nós temos de trabalhar depressa para que esta esperança não morra no nosso coração”, desenvolveu o assistente regional dos escuteiros açorianos, na Missa celebrada na Sé de Angra. Na Diocese de Angra (Açores) existem 73 agrupamentos do CNE, cerca de 500 dirigentes, e mais de quatro mil escuteiros, os agrupamentos mais antigo e mais recente estão na ilha Terceira, respetivamente, o Agrupamento 23 – Praia da Vitória, fundado a 25 de agosto de 1925, e o Agrupamento 1289 – Porto Martins. O Corpo Nacional de Escutas, com mais de 100 anos, nasceu em Braga, a 27 de maio de 1923, pela iniciativa do arcebispo local, D. Manuel Vieira de Matos, e do monsenhor Avelino Gonçalves. |