Cónego Hélder Fonseca Mendes assinala que diocese quer «fortalecer» os serviços pastorais para «interagir mais e melhor com a sociedade»
Angra do Heroísmo, Açores, 03 nov 2022 (Ecclesia) – O administrado diocesano de Angra escreveu uma mensagem pelos 488 anos da criação desta Igreja local, que se assinalam esta quinta-feira, destacando a espera pela nomeação de um novo bispo.
“Celebramos este aniversário numa situação estranha e amarga: a ausência de bispo diocesano, cuja nomeação aguardamos e pela qual insistentemente rezamos”, refere o cónego Hélder Fonseca Mendes, num texto divulgado pelo portal ‘Igreja Açores’.
A Diocese de Angra, criada em novembro de 1534, encontra-se em sede vacante desde saída de D. João Lavrador, a 21 de setembro de 2021, que foi nomeado pelo Papa como bispo da Diocese de Viana do Castelo.
O cónego Hélder Fonseca Mendes afirma que os católicos açorianos não estão em pausa – “sentados na praça pública à espera de quem nos venha contratar” –, pelo que o trabalho continua e “deve continuar pelos serviços diocesanos de pastoral”.
“Na evangelização, na catequese e nas missões, seja na escola pública ou particular, sobretudo pelos professores de EMRC, no serviço de espiritualidade e liturgia, na pastoral social e da mobilidade humana, na pastoral da saúde, nos estabelecimentos e capelanias prisionais, na pastoral juvenil e universitária, sobretudo na preparação das jornadas mundiais da Juventude 2023, na pastoral familiar e apostolado dos leigos, nos movimentos e novas comunidades eclesiais, na pastoral das vocações e ministérios”, exemplificou, indicando outros serviços pastorais, como o Ordinariato Castrense, a comissão de proteção de menores e adultos vulneráveis.
A diocese quer fortalecer os seus serviços pastorais no sentido de interagir mais e melhor com a sociedade açoriana, de apoiar e ajudar naquilo que é efetivamente necessário”.
Segundo o portal de notícia da Diocese de Angra, as nove ilhas do Arquipélago dos Açores têm 237 mil habitantes, menos 4,1% do que em 2011; cerca de 80% dos açorianos ou residentes dizem professar a religião católica, “mas é notória a redução da participação no culto, nomeadamente ao domingo, bem como o envolvimento na vida religiosa”.
Esta Igreja local tem 165 paróquias e 22 curatos, uma centena e meia de sacerdotes e seis diáconos permanentes, “mobiliza centenas de leigos nos vários movimentos e serviços da Igreja, a começar pela catequese, que é a dimensão pastoral que envolve mais pessoas”, apesar de uma quebra depois da crise provocada pela Covid-19.
A pandemia também teve “implicações económicas severas”, com algumas paróquias em “sérias dificuldades financeiras” e o cónego Hélder Fonseca Mendes recorda que para a sua “missão espiritual e pastoral” a diocese necessita de recursos humanos e materiais.
“Os contributos dos fiéis, seja por via das paróquias, seja em doações diretamente à Diocese, como são as coletas de 5 e 6 de novembro (Dia da Igreja diocesana), aplicam-se na prossecução dos seus fins”, acrescenta.
O administrador diocesano de Angra explica que essa coleta rendeu 5299,61 euros, em 2021, e afirma que “as receitas são geridas de forma honesta e criteriosa do ponto de vista técnico e da finalidade”.
“Todo o património da Diocese está ao serviço da missão: ensino, culto e caridade”, destaca.
A Diocese de Angra possui 59 centros sociais canonicamente eretos, 47 confrarias e 23 misericórdias; a religiosidade popular “manifesta-se” nas 254 Irmandades do Divino Espírito Santo”, espalhadas pelas nove ilhas do arquipélago dos Açores.
CB/OC
